terça-feira, 10 de junho de 2008

Teatro luso russo estreia em Julho

A peça de teatro "A Princesa Rã" assinala em Julho a estreia do Teatro Pervy, o primeiro grupo de teatro luso-russo em Portugal, fundado há quatro anos pelo actor Dmitry Bogomolov, mas que só agora foi concretizado.

A peça para crianças, a partir de um conto tradicional russo, será representada em Julho na Sociedade SMIL, uma sociedade recreativa em Belém, o local que Dmitry Bogomolov encontrou para a casa criativa do Teatro Pervy.

O grupo de teatro foi fundado em 2004, mas só agora foi possível montar a primeira peça, precisamente por falta de um espaço para ensaios e apresentações.

"Vamos tentar que os nossos projectos tenham financiamento através da Embaixada, porque tem sido muito difícil", disse o actor à Lusa.

O projecto de Dmitry Bogomolov é a criação de uma companhia de teatro com actores portugueses e russos, que apresentem dramaturgias dos dois países para o público luso, mas também para uma potencial audiência entre os imigrantes dos países de Leste.

"Eu quero chamar este público para ir ao teatro, quero fazer peças em português e bilingues", sublinhou o fundador e encenador deste grupo de teatro.

Dentro de cinco a dez anos, Dmitry quer ter o seu próprio elenco fixo e aprofundar um teatro de pesquisa e de abertura a novos actores.

Por ora, vai trabalhando com actores profissionais convidados para as peças que tem programadas.

Até ao final do ano, o actor quer encenar ainda "O Capote", de Gogol, "12", de Blok, e "Da Ratazana Vermelha até à Estrela Verde", de Slapovsky.

Dmitry Bogomolov, 31 anos, nasceu na antiga União Soviética e vive em Portugal desde 2000.

Actor de formação, Dmitry Bogomolov rumou a Portugal por questões financeiras, admitiu mesmo que "tinha dificuldades em sobreviver".

"Sabia que quando chegasse aqui não iria trabalhar na minha área. Ou ia trabalhar para as obras ou lavar loiça. Fui para as obras", recordou o actor que, apesar dos tempos difíceis, disse não estar desisludido com Portugal.

Dmitry Bogomolov referiu que é só mesmo por falta de tempo que ainda não pediu nacionalidade portuguesa.

Os dias são preenchidos entre o Teatro Pervy e a escola de actores ACT, onde dá aulas de representação.

Nos últimos anos, participou ainda em vários filmes portugueses, o mais recente dos quais "Lovebirds", de Bruno de Almeida.

Está ainda a preparar a sua estreia como realizador de cinema, numa longa-metragem sobre o mundo imaginário dos actores.

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