sábado, 20 de setembro de 2008

QUEER Lisboa 12 no segundo dia


O FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO
NO SEU SEGUNDO DIA

Prosseguiu hoje ,com numerosa assistência , o Queer Lisboa 12.

Barcelona foi o filme que despertou o nosso interesse.

Realizado por Ventura Pons ,Barcelona ( um mapa) é uma adaptação da obra da dramaturga catalã Lluisa Cunillé.Pons encontra aqui os temas que lhe são queridos desde sempre: uma sociedade à beira da rotura, cheia de mentira dissimulações , desejo.

Seis vidas cruzam-se e as histórias das suas vidas também.

São as histórias das vidas de cada um mas a solidão que as enche, vivida em conjunto ressalta de cada uma.

É um filme pungente , real, passado em Barcelona mas que o poderia ter sido em Lisboa, Viena, Berlim.

Num apartamento vulgar em Barcelona entrecruzam-se o incesto a homossexualidade, o adultério mas o rolar do tempo não para.

O sub - título do filme Un Mapa é perfeito.Trata-se realmente do mapa humano de Barcelona.

De salientar as interpretações de Nuria Espert( Rosa ) e de Josep Maria Pou ( Ramon ), bem secundados no entanto por Rosa Maria Sardá, Jordi Bosch, Maria Botto e Pablo Derqui.

Barcelona ( Un Mapa ) é mais do que um hino a uma cidade , é uma homenagem a todos os que não fazem história.

Convém não esquecer que este Festival em tudo diferente dos comuns que por aí andam, tem a concurso ( e é o espectador quem vai atribuir o prémio!) curtas metragens que embora curtas não deixam de ser grandes em conteúdo.`

É o caso de !!! TODAS !!!, de José Martret, que relata o quotidiano de transsexuais que se prostituem nas ruas de Madrid e que surge como um grito de angústia, um pedido de socorro, uma chamada de atenção.

Perguntámos a Jose Martret se a violência contida em muitas cenas do filme tinham saído da realidade ao que o realizador respondeu "que a realidade era bem mais violenta".

Maribel Luis que encarna Coral, a transsexual que há mais de 20 anos se prostitui nas ruas de Mdrid,disse-nos quão dificil foi fazer o papel de um homem que quer ser mulher, o que ela já é , mas que o fez com todo o amor para que resultasse bem. E resultou!

Outra curta metragem de excelente produção e interpretação é La Moma. Este filme curto tem como realizador Samuel Sebastien.

" O meu nome é Maribel e sou de Castellón. Sou uma transsexual e sempre me senti assim, tanto quanto me lembro e é doloroso contar tudo isto porque as memórias surgem e doem."

Assim começa Maribel a contar a sua história , a história de uma transsexual que se tornou realidade graças à nova Lei de Identidade do Género. Não tem sido facil mas Maribel não desiste e alcançará o seu objectivo: ser uma mulher.

Amanhã o Festival continua com longas e curtas metragens, bons filmes para ver e outros nem por isso, mas também não se pode ter tudo de uma só vez.





Dia Internacional da Liberdade celebrado na Reitoria da Universidade de Lisboa




AULA MAGNA DA REITORIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA




No próximo dia 21 de Setembro, às 14h30, celebra-se na Aula Magna o Dia Internacional da Paz com um evento inédito em Portugal que inclui música, dança, palestras e teatro.


“Abraçar a Paz” é uma iniciativa ousada e criativa que conta com a presença de artistas do panorama musical português tais como Rão Kyao, Shout, Luís Pedro Fonseca, a Companhia de Dança Amálgama e ainda os investigadores, escritores e académicos Dr. Paulo Alexandre Loução, Prof. Doutor Pedro Gomes Barbosa e Prof. Doutor Manuel Domingos.






Destaques do 2º dia de Queer


O 2º dia do Queer Lisboa tem programado para hoje 3 Longas metragens, 2 Documentários 2 Programas de Curtas, Debate, Queer Pop e O Obsceno.



Disto destacamos:





- 15:15h na sala 3 "Japan, Japan"



Realização / Director: Lior Shamriz
Israel / Israel, 2007, 65’
Longa-Metragem de Ficção / Feature Film
v. o. hebraica legendada em inglês



Aos 19 anos, e depois de abandonar o exército, Imri muda-se de uma cidade periférica de Israel para a central Telavive. Pela mesma altura, uma amiga de infância muda-se para Nova Iorque, ajudada pelos pais. Imri vive com um amigo excêntrico e encontra trabalho numa loja especializada, enquanto poupa dinheiro planeando mudar-se para o Japão. Para além de
aprender Japonês, Imri experimenta a vida em Telavive, tem sexo com homens e encontra amigos. Uma guerra tem lugar a alguns quilómetros de sua casa, mas isso ainda parece mais distante que o Japão.





- 16:00h sala 2 Debate
LET'S TALK ABOUT (EXPLICIT) SEX, BABY! - OS LIMITES DA PORNOGRAFIA
O que é afinal a pornografia? Em que situações a aceitamos, que tipo de visibilidade lhe permitimos e dentro de que parâmetros?
Bastará um olhar mais atento, para descobrirmos variados exemplos de figuração explícita de actos sexuais numa cinematografia comercialmente mais “visível”: filmes como O Império dos Sentidos (1976), Calígula (1979), Idioterne (1993), Ken Park (2002), In the cut (2003), The Brown Bunny (2003) ou o mais recente Shortbus (2006).

Estes cruzamentos entre o que poderíamos chamar um cinema supostamente mais convencional e uma figuração que estamos habituados a atribuir ao cinema pornográfico serão sinal de algo? Surgem em defesa de uma liberdade de expressão sexual que nos é geralmente censurada por imperativos morais, sociais e religiosos? Fazem parte de um discurso hiper-realista que coloca a sexualidade ao mesmo nível das representações de outros actos humanos? Ou figuram como estratégia de choque, destinada apenas a provocar polémica e dilacerar convenções?

Participações:
Manuela Kay(Jornalista, Ensaísta e Programadora do Porn Film Festival, Berlim)
Pier Maria Bocchi(Crítico e Programador de Cinema, Milão)
João Lopes (Crítico de Cinema, Lisboa)
Susanne Sachsse(Actriz, Berlim)
Debate moderado por:
Luís Assis (Associação Cultural Janela Indiscreta)
- 17:15h na sala 3 "Born Again"

Realização / Director: Markie Hancock
E.U.A. / U.S.A., 2007, 70’
Documentário / Documentary
v. o. inglesa s/ legendas

Nascida no centro da Pensilvânia, Markie Hancock foi doutrinada em criança para ser
uma Cristã Evangélica renascida. Apesar de ter sido uma crente fervente até aos vinte anos, Hancock começou a sentir algumas dissonâncias e dúvidas. Born Again relata o divórcio lento e doloroso com a sua religião e a sua família, enquanto experimenta a descoberta sexual e explora um mundo mais abrangente. Ao regressar a casa, depois de vários anos em Berlim, ela descobre que o fosso com a sua família é irreconciliável a não ser que regresse à sua fé e deixe de
viver a sua vida como lésbica. Através desta exploração pessoal, vemos uma família dividida, uma nação dividida e uma pessoa dividida que, contra todas as probabilidades, emerge unificada.
- 17:30h sala 1 Barcelona (Un mapa)
Realização / Director: Ventura Pons
Espanha / Spain, 2007, 90’
Longa-Metragem de Ficção / Feature Film
35mm
v. o. catalã legendada em inglês

Seis personagens, arquétipos da solidão urbana dos nossos dias, encontram-se num velho apartamento na baixa de Barcelona. Um casal de idade, o irmão da mulher e três inquilinos: uma professora de francês loura, um antigo jogador de futebol agora segurança e uma jovem sulamericana grávida. O homem de idade, que em tempos foi porteiro numa ópera e gosta de vestir roupa de mulher, pede aos inquilinos para saírem pois está prestes a morrer e quer ficar só na fase final da sua vida. Num apartamento banal em Barcelona, o incesto, a homossexualidade e o adultério entrecruzam-se na vida destas personagens… ao mesmo tempo
que testemunhamos a passagem do tempo nesta cidade Mediterrânea.




- 19:15h sala 3

Programa de Curtas 1
Les Aliances 25'
Puente 14'
Serene Hunter 13'
Todas 25'

¡¡¡Todas!!!
Realização / Director: José Martret
Espanha / Spain, 2007, 25’
Curta-Metragem de Ficção / Short Fiction
v. o. castelhana legendada em inglês

Coral é uma transsexual que se dedica à prostituição em Madrid, há mais de 20 anos. David chega da província com a intenção de concretizar o seu sonho: tornar-se mulher. Coral vê o seu instinto maternal a ser despertado e tenta evitar, a todo o custo, que David repita os mesmos
erros que ela cometeu e que a marcaram para toda a vida.
Estarão presentes o realizador José Martret e a actriz Maribel Luis nesta sessão.

Ainda não saímos do armário


Pela noite de ontem, no Queer Lisboa, passaram no Cinema S. Jorge, poucas caras da actualidade.

Embora seja um Festival de Cinema e com uma boa programação e com preços de bilhetes acessíveis, o público em geral não vem por preconceito. Ou seja mesmo com a divulgação por partes dos meios de comunicação social, pela exibição de cartazes nas ruas da cidade e por outras formas de divulgação, não é possível passar despercebido aos que habitam e aos que passam por Lisboa diariamente. Mas o facto de ser um festival de cinema gay e lésbico faz com que as pessoas não venham, talvez pelo facto de serem conotados ou rotulados por alguma "coisa menos boa".

Em termos institucionais a autarquia esteve representada por um membro da EGEAC, empresa que gere o Cinema S. Jorge. Por parte do Ministério da Cultura, Instituto do Cinema e do Audiovisual e do Turismo de Lisboa, ninguém apareceu, embora tenham sido convidados pela organização do festival.



É de lamentar que se continue a pensar "pequeno", pois assim dificilmente "saímos do armário".

Queer Festival começou com Chuecatown


FESTIVAL QUEER LISBOA 2008 JÁ COMEÇOU!

O Festival mais aguardado do ano ( ou quase) arrancou ontem com a exibição de uma longa metragem ( a concurso ) de seu nome CHUECATOWN.

Mas antes da exibição do filme os organizadores foram a palco apresentar o júri para a longa metragem com São José Correia como Presidente, e para o documentário com Eládio Clímaco nas mesmas funções.

João Ferreira fez as apresentações, ( ele é o Director do Queer Festival) e com a simplicidade que lhe é peculiar, congratulou-se com a sala cheia que o S.Jorge apresentava.

A apresentação coube, e bem , a "Jenny La Rue".

E chegou o filme. Uma comédia, com a direcção de Juan Flahn, que conta uma história pouco real que supostamente se passaria no bairro da Chueca, bem conhecido em Madrid como o bairro " gay". A história , com o seu quê de policial, é burlesca mas tem o suporte de duas actrizes de eleição: Concha Velasco e Rosa Maria Sardà.

A história acaba bem: os maus são castigados e os bons vivem felizes. E nada mais se pode acrescentar a este filme simples na sua feitura e na sua história. Mas agradável de se ver.

Amanhã o festival prossegue com a exibição pelas 17,15 de uma longa metragem de seu nome Barcelona ( Un Mapa), pelas 19.15 Here's looking at you, Boy e termina com a apresentação de Otto: or , Up with Dead People.

Às 24 tem início a primeira sessão da inovaçao deste Festival: O Obsceno.

Com limites, sem limites, até que ponto é Arte e quando já o não é, tudo isto estará em discussão e em análise nas sessões que passarão depois das 24 horas.