segunda-feira, 12 de novembro de 2007

PEDRO CALAPEZ no TAGV

Encontros com artistas contemporâneos
Pedro Calapez
TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE
COIMBRA
14 de Novembro às 18h00 no Café-Teatro


Num país com escassa tradição no domínio da pintura, Pedro Calapez (Lisboa, 1953) é um caso raro de perseverança e de proficiência. De facto, desde há mais de vinte anos, o seu percurso tem vindo a ser marcado por uma consistência visível, quer a nível do métier específico da pintura, quer a nível da invenção conceptual.
Estabelecido num contexto muito particular, o começo dos anos 80, época que conheceu a eclosão do Pós-Modernismo e o retorno à pintura e à escultura enquanto disciplinas tradicionais – que, rompendo o espartilho dos conceptualismos, permitiam, segundo os seus teóricos, um regresso à livre expressividade e a inclusão de um alargado campo de referências históricas –, o trabalho de Pedro Calapez desenvolveu-se, porém, à margem dos ritmos desenfreados da década, construindo-se em torno de um diálogo culto com a pintura antiga, que passou em grande medida pela aprendizagem de um extenso vocabulário de diferentes maneiras de fazer, de olhar e de dar a ver. Um dos pontos culminantes desse período histórico terá sido, em Portugal, a exposição Arquipélago, na SNBA, em 1985, com obras de Rosa Carvalho, Ana Léon, Pedro Cabrita Reis, Rui Sanches e do próprio Pedro Calapez.
Podemos, correndo o risco de esquematizar em demasia, discernir duas épocas no trabalho de Pedro Calapez: a primeira, até cerca de 1995 (Muro Contra Muro, Galeria Luís Serpa), marcada pela proeminência do desenho enquanto estrutura e pela importância matricial da arquitectura, põe face a face o corpo da pintura e o corpo do espectador; a segunda, que poderíamos situar a partir da exposição Memória Involuntária (Museu do Chiado, 1996), caracterizada pela crucial importância dos valores cromáticos, por uma vasta paleta de registos manuais e pela subtil indução daquilo a que poderíamos chamar uma experiência musical, de ordem sinestésica (conjuntos de várias pinturas de dimensão reduzida e de diferentes espessuras, que funcionam como uma única pintura), apela em primeira instância à reconstituição do sentido pela memória e aos complexos mecanismos da emoção perceptiva.Porém, se existe um traço que liga estas duas fases, é a reflexão sobre o espaço. Ela está presente, desde cedo, nos trabalhos em que dialoga com outros artistas, Piranesi sobretudo, construindo o espaço concreto da obra, por analogia com o ilusório espaço renascentista ou pós-renascentista, ou na forma como, partindo de referências corporais, vai definindo uma trama de modos de percepção, posicionando o espectador no interior da obra, mais do que perante ela, fazendo, para tal, apelo a linguagens endógenas ou exógenas ao campo específico da pintura (a linguagem da BD ou a natureza das imagens geradas por computador, por exemplo).Desta forma, em última instância, parece ser sobre a (im)possibilidade de definição das fronteiras do domínio perceptivo que demarcam a natureza específica de cada época que se vem desenvolvendo o trabalho de Pedro Calapez. Um dos artistas portugueses com considerável circulação internacional, Pedro Calapez realizou um conjunto de importantes exposições individuais fora do nosso país, entre as quais, recentemente, se poderiam destacar Campo de Sombras (Fundação Pilar e Juan Miró, Maiorca, 1997), Studiolo (Interval, Witten, 1998) e Madre Agua (MEIAC, Badajoz, e CAAC, Sevilha, 2002). Em 2001, foi-lhe atribuído o “Prémio EDP de Pintura”. NUNO FARIA

Organização Instituto de História da Arte da U.C.

Informações
Teatro Académico de Gil Vicente

teatro@tagv.uc.pt
http://www.uc.pt/tagv
http://blogtagv.blogspot.com/
Bilheteira
Informações e reservas
Horário 17h00-22h00
Telefone +351 239 855 636

RECITAL DE CANTO E PIANO com RAQUEL LUÍS e JOSÉ BRANDÃO

RECITAL DE CANTO E PIANO
Teatro da Cerca de S. Bernardo
Coimbra
13 de Novembro às 21h30



I Parte
Duparc
L'invitation au voyage
Au pays où se fait la guèrre

Debussy
Fêtes Galantes I
En Sourdine
Fantoches
Clair de Lune

Messiaen
Trois Mélodies
Pourquoi

Le sourire
La Fiancée perdue

Poulenc
Deux poèmes de Louis Aragon
C'
Fêtes Galantes
II Parte
Lieder de Hugo Wolf com poesia de:
Eichendorff
Nachtzauber
Verschwiegene Liebe

Goethe
Die Spröde
Die Bekehrte

Mörike
Im Frühling
Er ist's

Canto : Raquel Luís
Piano: José Brandão

INGRESSOS
5,00€ (geral)
3,00€ (estudantes e > 65 anos)
INFORMAÇÕES

Casa Municipal da Cultura Coimbra
Telef. 239 702 630
Fax 239 702 496
cultura@cm-coimbra.pt

"Window" - Dança Contemporânea no Theatro Circo

“Window” é o projecto de dança contemporânea que a coreógrafa Mónica Coteriano apresenta, juntamente com os músicos Tó Trips e Pedro Gonçalves, a 15 e 16 de Novembro (21h30), no palco do Theatro Circo.

Idealizada como performance transdisciplinar, a produção desenvolve-se com dança, voz e textos de Mónica Coteriano, música de uma das mais aclamadas bandas nacionais, os “Dead Combo”, e arranjos multimédia de Ivo Serra. “Window” surge a partir do próprio objecto “janela”, que constitui o ponto de desenvolvimento para pequenas histórias que relatam viagens de conquistas, partilha de experiências e imagens únicas.

Recém estreada no Teatro Maria Matos (Lisboa), esta co-produção do Festival Temps D’ Image e do Theatro Circo adopta por objectivo a ultrapassagem da mera contemplação e a indução do espectador para a abertura de uma visão pessoal do mundo que o rodeia, «confundindo, baralhando e assumindo novas perspectivas, novas formas de ver por essa janela».

Aqui assumida como um objecto de fronteira, abertura, barreira, reclusão, partilha e inspiração, a “janela” projecta-se numa coreografia criada e interpretada pela própria Mónica Coteriano, que também dá voz a um conjunto de textos extraídos do seu universo, constituindo uma espécie de registo das suas vivências em línguas de países onde viveu e noutras que criou.

«Fiz minhas as histórias dos outros, mesclei com as minhas e obtive a minha própria globalização», explica a artista, que, neste projecto, canta e conta histórias «sobre o amor, em qualquer das suas formas e estilos».

De natureza transdisciplinar, “Window” encontra nos sons de Pedro Gonçalves e Tó Trips, reconhecidos no contexto musical português pelo projecto “Dead Combo”, a banda sonora para as histórias que a performance pretende contar.

«A área musical é uma peça fundamental no sentido de que, para além de criar emoções necessárias à voz das estórias, ela própria cria e conta as suas histórias», ressalva Mónica Coteriano.

A complementar o contexto concebido para a apresentação desta performance, Ivo Serra é o responsável pela concepção de um dispositivo multimédia, que, num espaço cénico ocupado pela “performer”, pelos músicos e pelas telas de projecção, cria “videoclips” ao vivo, reforçando e complementando os momentos compositores de uma outra história.

Natural de Moçambique, onde nasceu em 1973, Mónica Coteriano iniciou os estudos em dança na Escola Superior de Dança de Lisboa, tendo, em 1999, partido para Londres, onde concluiu o mestrado em “Dance and Choreography Studies”.

Como coreógrafa, a criadora de “The woman who wasn’t there” destacou-se ainda pelas performances “Fragmentos de Meias Verdades”, “One”, “Untitled”, “Exterm Pore” ou “Unravel”.
Os ingressos, a 8 euros, podem ser adquiridos nas bilheteiras do Theatro Circo.