segunda-feira, 14 de maio de 2007

Mundo Mix PT superou expectativas



No passado fim de semana, o Castelo de São Jorge foi palco do Mundo Mix PT, tendo recebido mais de 16 mil visitantes, um aumento de mais de mil visitas em comparação com o ano passado.



O Hardmusica.com esteve presente no evento e registou uma grande afluência de público, como se pode constatar pelas imagens que captamos.


Às 18h do primeiro dia tinham adquirido bilhete para o evento 6349 pessoas, segundo fonte da EGEAC.



No final do evento ultrapassou os 30 mil visitantes, segundo a organização do evento.






Manuela Gonzaga apresenta o su novo romance


Mergulhando no mundo da edição, da política, da imprensa, do establishment social e do jet-set, do amor e do engate fácil, Manuela Gonzaga cola-se aos modelos e mecanismos do romance rosa ou light, e usa-os numa sátira de mentalidades (e da própria literatura light) mordaz, humorística e inteligente.
Fruto de uma observação atenta e perspicaz, esta delirante crónica de costumes em tom e forma de folhetim, corrosiva e cheia de «piscadelas de olho», põe a nu o ridículo do nosso pequeno mundo de consumo e de aparências − dos faits-divers políticos aos meandros intelectuais, passando por toda a gama de lugares-comuns sociais e culturais.
Manuela Gonzaga é escritora, jornalista e investigadora.
O jornalismo, primeira grande paixão, é para si um ponto de observação privilegiado.
Autora de livros de ficção (entre outros, Os Jardins Secretos de Lisboa, que vendeu 3 edições) e ensaio, publicou mais recentemente a biografia de António Variações, que gozou de uma intensa cobertura mediática e tem sido um êxito editorial.

Sinopse

Num tributo a Corin Tellado e a Barbara Cartland, avó da falecida Diana, aos folhetins radiofónicos, de que destaca o «Teatro Tide Apresenta», e às fotonovelas dos anos 60, sobretudo Grande Hotel e Capricho, Manuela Gonzaga pensa o romance cor-de-rosa como um género em que se inscrevem mudanças de mentalidade e os sinais de uma «cultura pulverizada».
«Meu Único, Grande Amor: Casei-me» é um caleidoscópio do nosso persistente mundo de aparências, de consumo e de endividamento, de marketing pessoal e de escalada social, onde a vida ganha contornos de mercadoria e a literatura light se torna auto-consciente.
Era uma vez um editor, Flávio Sousa.
E era uma vez um médico (ou melhor um psicólogo), João Pires, às voltas com a agonia da criação literária, que lhe apresenta o seu primeiro romance.
E era uma vez uma bela e solitária tradutora e copy desk, Vera de Pôncio Pilatos e Costa Cabral, que se encarrega de burilar o original, a pedido do editor.
Mas odeia o livro. E o escritor… detesta-a a ela.
Desta quase intransponível antipatia mútua, ao tórrido envolvimento, vai um, talvez dois ou três passos.
E aqui temos o par romântico inicial, e o ponto de partida de Meu Único, Grande Amor: Casei-me.
Mas a coisa não fica por aqui.
Na galeria das inúmeras personagens − sempre sedutoras e, algumas, mirabolantes − temos Vera, a sofisticada e inteligente tradutora de boas famílias, que se envolve e é abandonada por João Pires, o galã de proveniência duvidosa, que casa com Florbela, née Miquelina, ex-stripper. Esta, recepcionista no consultório do marido, sente-se completamente desajustada na nova vida social e literária do marido, até que uma alma caridosa lhe estende a mão…
Mas também temos Patrícia de Chapuzet, Pikuxa, a vistosa, inútil e destravada socialite, amiga de Vera, com uma legião de namorados e amantes, alérgica ao casamento até ao dia em que conhece o tal.
E o editor da velha guarda, Flávio Sousa, verdadeiro pivot do romance, que cede à tentação do êxito editorial fácil; e Carlos Manuel da Silva Rodrigues de Sousa Vasconcelos e Silva, de petit nom Carlinhos, o conde arqueólogo primo de Pikuxa, que se apaixona inesperadamente; e Clara Faria, a formosa mãe solteira, professora do secundário, vizinha de Vera, que não consegue deixar de amar o milionário Nini Totó Silveira da Musgueira, pai do seu filho.
E Oleena Radensko, a médica do Leste que trabalha a dias; e um padre jesuíta que praticamente os confessa a todos…
A trama é tensa e bem urdida; a acção, musculada e sem tempos mortos; as personagens, sedutoras e, algumas, mirabolantes; o léxico, rico, inventivo e extremamente sugestivo. Sem tempos mortos, o desfecho, nas suas múltiplas vertentes, tem o seu quê de surreal. Almodóvar, versão lusa?

Manuela Gonzaga: dados biográficos


Nascida no Porto, viveu em África dos 12 aos 24 anos, primeiro em Moçambique e depois em Angola. O jornalismo deu-lhe uma primeira oportunidade no Jornal de Notícias (Lourenço Marques), em 1970.
Fez grandes reportagens pelas matas de Savimbi, a floresta do Maiombe e o deserto dec Moçâmedes e ainda hoje, com 30 anos de profissão, colabora regularmente com várias publicações.
Licenciada em História pela Universidade Nova de Lisboa, Manuela Gonzaga é mestranda na mesma universidade, na área de História e Arqueologia dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Simultaneamente, está a desenvolver um projecto, em colaboração com outros investigadores, em torno da Inquisição na Amazónia no século XVIII.
A autora publicou já A Morte da Avó Cega (1989), Jardins Secretos de Lisboa, 3ª ed. (2006), (romance histórico que integrou os curricula da Faculdade de Belas Artes de Lisboa), e ainda André e a Esfera Mágica, para um público adolescente (2006). António Variações, Entre Braga e Nova Iorque, 2ª ed. (2006), é a sua primeira biografia, verdadeira incursão pela História das mentalidades contemporâneas em Portugal. Esta obra está igualmente nos curricula da Universidade de Aveiro.
Em Jardins Secretos, Manuela não esconde o seu fascínio por Lisboa, uma cidade múltipla, onde convivem a luz e a sombra, a urbe histórica e a mitológica.
Meu Único, Grande Amor: Casei-me é o seu primeiro livro publicado na Editora Bertrand, e remete-nos para um outro registo.
O do romance de costumes, leve, irónico, hilariante.