"OUTROS FILMES OUTROS LUGARES"
COM NOVA PROGRAMAÇÃO
Por motivos alheios ao Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) o programa do ciclo de cinema "OUTROS FILMES OUTROS LUGARES" sofreu uma alteração na calendarização dos filmes.
Nova calendarização
Dia 16 de Julho
A vida dos outros
Alemanha, 2006, 137`
De Florian Henckel
Óscar para Melhor Filme Estrangeiro
Situando-se em 1984, cinco anos antes da queda do muro de Berlim, na parte oriental da cidade o socialismo continua a ser preservado através de uma força invisível, a Stasi (policia secreta), cujos métodos são escutas nas residências dos suspeitos e posteriores interrogatórios ininterruptos. Um desses interrogadores, professor universitário e inspector da polícia secreta, pessoa desconfiada por natureza, tem a missão de supervisionar a vigilância a um dramaturgo aparentemente fiel ao Partido. Sabendo que os motivos que geraram a missão são de natureza pessoal (um Ministro corrupto e prevaricador pretende afastar o dramaturgo por ciúmes, já que cobiça a namorada deste; e o chefe da Stasi quer ficar nas boas graças do Ministro), o inspector deixa-se influenciar pelas escutas sobre liberdade e direitos humanos.
Dia 17 de Julho
O Caimão
França/Itália, 2006, 112`
De Nanni Moretti
O último filme de Nanni Moretti, uma metáfora sobre a Itália contemporânea, relata a história de um produtor em falência profissional e sentimental, Bruno Bonomo, que tem um passado de produtor de filmes de série Z com títulos inspiradores como "Os Mocassins Assassinos" ou "Maciste vs. Freud". Mas agora não consegue arranjar financiamento para o seu próximo projecto, "O Regresso de Cristóvão Colombo". Estrangulado pelas dívidas e fraquezas, com o casamento em risco e os filhos perdidos, Bruno perde o norte. É aí que o seu caminho se cruza com o de uma jovem realizadora que lhe entrega um guião, "O Caimão".
Dia 18 de Julho
Inland Empire
EUA/França/Polónia, 2006, 172`, M/16
De David Lynch
David Lynch analisa a relação entre o actor e a representação através de uma mulher presa aos papéis que lhe são dados representar, quer na sua profissão quer na sua vida, e para quem a entrega à interpretação torna totalmente difusa a linha entre ambas. A textura maleável do vídeo digital (o filme foi todo filmado em digital de baixa resolução) alia-se a um tempo que se dobra sobre si mesmo, (con)fundindo o ontem, o amanhã, o depois de amanhã, no presente em que é pensado/visto. Pode-se estar em diversos locais ao mesmo tempo ou diversos tempos no mesmo local. Lynch sabe como funciona a mente do espectador, como insistimos sempre em colar os bocados todos da história. Mas ele prefere que cada um faça, na sua mente, o seu próprio filme. Em cada imagem, joga com as nossas expectativas. Usando as palavras que todos conhecemos, constrói uma linguagem com frases novas, surpreendentes e perturbantes.
Dia 19 de Julho
Climas
Turquia, 2006, 101`, M/12
De Nuri Bilge Ceylan
Prémio da Crítica Internacional em Cannes em 2006
Climas é um filme feito das subtilezas próprias da amargura. Não existe aqui propriamente uma felicidade, uma satisfação perante a vida, existem palavras que ficam por dizer, sentimentos que ficam por explicar. Há momentos que não voltam e há tempos que passam, de repente é tarde de mais. Mesmo que nos pareça que o tempo se prolonga até à eternidade nos grandes planos do filme, belíssimos, longos e extremamente significativos. [...] Climas vive destes desencontros na vida das pessoas, alimentado por uma bela fotografia e por momentos de suspensão temporal baseados em grandes planos, em tempos longos, como se não existisse tempo. E ficamos com essa sensação de angústia sem tempo, que pode durar toda um vida.
Dia 23 de Julho
Still Life – Natureza Morta
China/ Hong Kong, 2006, 108`, M/12
De Jia Zhang Ke
“Natureza Morta” pertence a uma família do cinema contemporâneo e moderno que tomou como prioridade fazer trabalho de memória: filmar o que está condenado, filmar o que vai desaparecer. No caso, uma cidade chinesa.
Há uma "poesia das ruínas" a trabalhar em "Natureza Morta", e é por ela, pelo seu efeito hipnótico, que a cidade se transforma num labirinto feito de uma estranha e quase acolhedora familiaridade. Aliás, as histórias "humanas" de "Natureza Morta" falam disso: gente que vem de fora à procura de outros, que vieram para Fengjie meses ou anos antes trabalhar nas demolições e nunca mais deram sinal de vida. As entranhas descarnadas de Fengjie também são "o mundo", uma bolsa que acolhe os desenraizados e os volta a enraizar em estado catatónico.
Dia 24 de Julho
A Maldição da Flor Dourada
China/Hong-Kong, 2006, Cores, 114`, M/16
De Zhang Yimou
Baseado na peça do chinês Yu Cao, que por seu turno tem várias alusões à obra de Shakespeare, nomeadamente a King Lear, Othello ou Hamlet, esta história de traição, crime e vingança passa-se na China do século X, no final da Dinastia Tang. Na véspera do Festival Chong Yang, flores douradas enchem o Palácio Imperial. O Imperador regressa inesperadamente com o seu segundo filho, o Príncipe Jai. O pretexto é celebrar as festividades com a família, apesar da relação fria que mantêm com a Imperatriz. Durante as grandiosas e belíssimas festividades, negros segredos serão revelados, rebeliões tomarão forma e o sangue manchará o dourado das flores.
Dia 25 de Julho
A Nuvem
Alemanha, 2006, 105`, M/12
De Gregor Schnitzler
Um acidente numa central nuclear perto de Frankfurt lança o pânico no país. Uma gigantesca nuvem radioactiva foi libertada e avança em direcção à cidade de Schlitz. Toda a população que vive nos arredores da central nuclear fica imediatamente contaminada e rapidamente morrem 38.000 pessoas. Todos os que vivem um pouco mais afastados tentam fugir. Entre eles está Hannah, de 16 anos, e o namorado Elmar. À medida que a lei e a ordem deixam de existir, eles tentam escapar da zona de perigo.
Baseado no bestseller de Gudrun Pausewang, o filma procura retratar a angústia, o desespero e a incapacidade de lidar com um acidente nuclear, mesmo num país como a Alemanha.
Dia 26 de Julho
20, 13 – Purgatório
Portugal, 2006, M/16
De Joaquim Leitão
Guerra do Ultramar, Norte de Moçambique, 24 de Dezembro de 1969. Uma patrulha percorre a picada, de regresso ao aquartelamento, trazendo um prisioneiro. Estão cansados, avançam sob um calor sufocante, estão desejosos por chegar e têm um dos seus ferido. Avizinham-se também as festividades, para matar por umas horas a saudade e iludir a tristeza de estar longe, da guerra. Contam que terão uma noite em paz, sem tiros, dado o costume da trégua tácita em noite e dia de Natal. Mas não será uma noite tranquila.
Preçário
Preço normal 4,50€
Preço estudante e sénior 3,50€
Para mais informações contactar:
Teatro Académico de Gil Vicente
Praça da República
3000-343 Coimbra
Telefone: 239 855 630
Bilheteira: 17h00-22h00 de segunda a sábado
Telefone: 239 855 636