quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ciclo de Cinema “Emigração Portuguesa”


A “Emigração Portuguesa” é o tema o ciclo de filmes que vai estar em exibição, no Cinema São Jorge, de 5 a 8 de Janeiro, com entrada gratuita. A iniciativa é organizada pelo Museu da Presidência da República e tem como parceiros a Câmara Municipal de Lisboa e a EGEAC E.M.

Com uma programação com forte pendor documental, o ciclo apresentará também um filme de ficção por cada tema dominante. Exibir-se-ão trabalhos de referência pelo seu valor histórico, sociológico e antropológico.

Alguns dos filmes que constam da programação são desconhecidos do grande público, tendo sido raras vezes apresentados nos circuitos nacionais. Realizados por artistas de diferentes gerações e formações, alguns dos quais com experiências pessoais de emigração.

A par de nomes conceituados como Paulo Rocha, João Canijo ou Jorge Paixão da Costa, estão incluídos filmes de realizadores portugueses mais jovens com trabalho reconhecido internacionalmente, como é o caso de João Pedro Rodrigues, Cristina Ferreira Gomes e Nuno Pires.

Programação

Sábado – 5 de Janeiro
17h00: “O Salto”, de Christian de Chalonge
19h00: “L´Horloge du Village – Pedras de Saudade”, de Philippe Constantini
22h00: “Crónica de Emigrados”, de Manuel Madeira

Domingo – 6 de Janeiro
17h00: “Carta de Chamada”, de Cristina Ferreira Gomes
19h00: “Uma vida Nova”, de Nuno Pires e “O País aonda nunca se regressa”, de José Vieira 22h00: “Ganhar a Vida”, de João Canijo

2.ª feira – 7 de Janeiro
17h00: “A Fotografia Rasgada”, de José Vieira
19h00: “Os Devolvidos”, de Jorge Paixão da Costa
22h00: “Les Cousins d’Amérique” de Philippe Constantini

3.ª feira – 8 de Janeiro
17h30: “Esta é a minha casa”, de João Pedro Rodrigues
19h00: “Viagem à Expo”, de João Pedro Rodrigues
22h00: “Mudar de Vida”, de Paulo Rocha

“Emigração Portuguesa – Ciclo de Cinema” / Cinema São Jorge / 5 a 8 de Janeiro / Entrada gratuita

MUSEU DA IMAGEM COM COLECTIVA DE SEIS FOTÓGRAFAS

“Debaixo da Película Mostra-me o Teu Píxel” é o título para a mostra de fotografia que abre a programação do Museu da Imagem, em Braga, para o ano de 2008. Colectiva de fotógrafas nacionais – Ana Luandina, Sílvia Simões, Margarida Paiva, Rita Castro Neves, Teresa Sá e Paula Abreu –, a exposição é inaugurada a 5 de Janeiro e mantém-se até 27 do mesmo mês.

A atenção aos autores portugueses é, aliás, evidente na programação do Museu da Imagem para o novo ano, aposta justificada pelo seu director com o «crescente número de criadores que a produção fotográfica nacional tem conhecido nos últimos tempos».

A primeira exposição do ano – “Debaixo da Película Mostra-me o Teu Píxel” – propõe-se antecipar, desde logo, o tema da próxima edição dos “Encontros da Imagem”, um dos mais antigos e mais relevantes certames nacionais dedicados à fotografia, que vai apontar objectivas para “As Fronteiras do Género”.

As seis jovens autoras que lhe dão corpo, cuja obra «incorpora uma nova visão da actual fotografia portuguesa», apresentam aqui «trabalhos distintos, seleccionados para uma exposição centrada na fotografia e, num sentido mais amplo, na imagem».

Ana Luandina mostra imagens de mistério, de suspensão, que permitem perceber uma linha, uma divisão, entre o dentro e o fora, uma fotografia em que o olhar imerge e submerge tão de perto que se sente essa respiração.

Sílvia Simões, através de um processo digital, remete-nos para uma experiência visualmente mais plástica, mas utilizando um meio fotográfico, o “scanner”. Nelas, a expressividade das emoções é revelada pela distorção do meio, em que o movimento, o gesto, que transfigura a realidade, sugere o que não se vê mas se sente e se pode imaginar.

Margarida Paiva enuncia verbos e expressões linguísticas de lugar, como esconder, perseguir, andar, escapar, perder-se, encontrar-se, longe e perto, aqui e ali, o que dá vontade de perguntar para onde vamos?

Rita Castro Neves traz-nos o sofrimento e o abandono das “Dores Urbanas”, dois indicativos para reflexão que se salientam nas imagens expostas, trípticos que conjugam uma fria enunciação da dor com uma suposta violência, o que leva a questionar a verdade e a ambiguidade para além da imagem fotográfica, remetendo para as histórias que se contam e se encenam, mas também para as histórias próximas da experiência do quotidiano.

Teresa Sá tem por referência o seu mundo imaginário, concedendo ao observador uma abertura para nele participar, há ainda neste contexto de criação do fantástico uma tónica lírica e performativa que potencia relações com a literatura, o teatro e o cinema.

Paula Abreu apresenta, por seu turno, um trabalho onde o paradoxo da sensação de mimetismo e do anonimato acerca de paisagens, apesar de todos os referentes a lugares-comuns, deixa a sensação de incógnita.

O Museu da Imagem tem acesso gratuito de terça a sexta-feira (11h00/19h00) e aos sábados e domingos (14h30/18h30).