quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Piero Bellugi e José Atalaya fazem o balanço do Festival Raizes Ibéricas


OS MAESTROS PIERO BELLUGI E JOSÉ ATALAYA FALAM SOBRE
O FESTIVAL RAÍZES IBÉRICAS



O Maestro Piero Bellugi veio expressamente a Portugal para encerrar a temporada de concertos de 2008 da Orquestra Atalaya – Raízes Ibéricas em Cascais no sábado, dia 6, de Dezembro, às 18.30 no Centro Cultural de Cascais e no dia seguinte, domingo, 7, às 16 horas em Carnaxide, concelho de Oeiras no Auditório Ruy de Carvalho.
Trata-se da grande personalidade que desempenha as funções de principal Maestro Convidado da Orquestra - tendo-a inaugurado, há sete anos, com um memorável concerto, na Fundação Eng.º António de Almeida no Porto.
De recordar ainda, e a propósito, que Bellugi, discípulo de Bernstein, Igor Markevitch e Dallapiccola foi o sucessor de Pedro de Freitas Branco na Sinfónica Nacional da EN, hoje RDP, depois de ter sido director titular de quatro orquestras de prestígio mundial – a Orquestra da RAI de Turim, a Orquestra Toscanini (ambas em Itália) a as conceituadas Sinfónicas de Portland (Oregon) e Oakland (California) e actuado em teatros como o Scala de Milão, Ópera de Roma, Ópera de Viena, Bruxelas, S. Francisco, Chicago e dezenas de outros similares.
Vem a Portugal tomar parte na evocação do 20º aniversário da morte de Joly Braga Santos de quem era amigo pessoal, dirigindo em público, para as autarquias de Cascais e Oeiras, o seu Concerto para Cordas - que proximamente vai gravar em DVD para editora Numérica que continua a gravar todos os anos obras universais, (incluindo sempre partituras de autores portugueses) com a referida Orquestra sediada no Porto,na ESMAE ,e que integra exclusivamente mestres universitários e seus melhores discípulos.
Sob sua direcção vão actuar ainda o violinista Vasco Barbosa – que foi concertino da orquestras Nacional, da ex-EN, da Nacional de São Carlos e da Sinfónica Portuguesa – e o grande violoncelista americano Jed Barahal que se fixou no Porto como professor da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE) após de ter chefiado brilhantemente o naipe de violoncelos da Régie Sinfonia do Porto, hoje o da ORI.
Vão interpretar ambos, em programas distintos, o concerto nº 2 de Bach e o concerto número 3 de Luigi Boccherini, obra que, conjuntamente com o anterior (o número 2), integrou, em Portugal, a evocação - em 2005, pela Numérica e a produtora Raízes Ibéricas - do bicentenário da morte de grande compositor italiano.
Piero Bellugi – que se tem interessado ao longo da carreira pelas primeiras audições de obras de Berio, Bussotti, Messiaen, Milhaud, Nono, Penderecki e Turina, vem revelar no nosso país uma das mais notáveis composições de Ricardo Luciani (partitura que estreou em 1991).
Trata-se de - Le Tombeau Perdu - inspirada em temas de Mozart do qual executará também a Serenata raras vezes ouvida, para cordas e timbales, esta com a presença de Elizabeth Davis.
Está prevista ainda a sua presença no projecto da Câmara Municipal de Oeiras no sentido de incluir, a partir de 2009, a audição integral, sob sua regência, das nove sinfonias de Beethoven, com um novo agrupamento expressamente fundado para o efeito, a SINFÓNICA BEETHOVEN-OEIRAS, orquestra que se propõe difundir a obra deste compositor.

Vai abrir o ciclo ERA DO ROMANTISMO, dedicado a Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt, Verdi e Wagner, cujos bicentenários ocorrem sucessivamente a partir do próximo ano. Oportunidade considerada excelente (e incontornável) para a consagração de um grande intérprete nacional, o pianista Jorge Moyano, que assegurará nesses cinco anos (2009 a 2013) 46 obras fundamentais de compositores daquela época, seus precursores e ainda imediatos reflexos no início do século XX , com Debussy e Ravel em França.
Assim como a oportunidade para acentuar a importância histórica da fixação no nosso país de excelentes pedagogos e solistas estrangeiros de carreira mundial, os quais, em conjunto com os nossos notáveis intérpretes portugueses, necessariamente em quantidade sempre insuficiente, têm permitido, na última década, elevar ao máximo e manter (em todo o país) um desenvolvimento a nível escolar (e superior) jamais atingido entre nós.
Significativos serão - sob o duplo aspecto – os próximos primeiros concertos em palcos do nosso país, e na próxima temporada, com Jorge Moyano (da Escola Superior de Música de Lisboa) , Jed Barahal e Cristina Margotto, da ESMAE do Porto, e outras, na interpretação de obras-primas (e revolucionárias) devidas, sucessivamente, a Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert e Mendelssohn, antecipando-se ao impacto universal no século XIX gerado de imediato nos patamares superiores da Música pelos restantes cinco autores, além de Mendelssohn, os acima assinalados Chopin, Schumann, Liszt, Verdi e Wagner, nascidos de 1809 a 1813 e iniciadores, sem dúvida, da admirável Era do Romantismo.

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