" Que Sabemos" continua no Teatro da Politécnica até 3 de Fevereiro
QUE SABEMOS
CONFERÊNCIA DE RICHARD FEYNMAN
NO LABORATÓRIO CHIMICO DO MUSEU DE CIÊNCIA
TEATRO DA POLITÉCNICA
Produção TNDM II
a partir de QED de Peter Parnel
encenação Amândio Pinheiro
assistência de encenação Laura Nardi
com
Júlio Martin
Maria João Falcão
ATÉ 3 DE FEVEREIRO
Sexta e Sábado às 21h
Domingo às 16h
escolas, de terça a sexta sob marcação
Um professor encontra-se no seu gabinete a preparar uma conferência cujo tema é: "O que sabemos".
Enquanto pensa no que vai dizer, faz um balanço da sua vida: a participação no desenvolvimento da bomba atómica, a relação com a música e com o teatro, a memória da sua primeira mulher, a paixão pela Física e por países desconhecidos.
No desenrolar dessa reflexão, assombrada pelo espectro da morte, surge uma ex-aluna que o relembra de outras paixões que moldaram a sua forma de sentir-se vivo.
Num cenário histórico, monumental e único, vamos percorrer com o Nobel da Física Richard Feynman – investigador e exímio pedagogo que leccionou no Caltech, um dos mais prestigiados institutos de investigação tecnológica mundiais – algumas das descobertas mais significativas da ciência da segunda metade do séc. XX.
Num tom despretensioso Feynman discorre sobre o modo como estas descobertas alteraram a percepção que temos do mundo, as transformações que este sofreu e que pode vir a sofrer e sobre as questões essenciais da relação entre ciência, técnica e ética.
O Laboratório de Chimico
O Laboratório e o Anfiteatro datam da época de reconstrução do edifício histórico da Escola Politécnica, após o incêndio de 1843, e mantiveram as suas funções originais até meados dos anos 90 do século XX.
Como memorando da grandiosidade do laboratório e anfiteatro reproduzimos o excerto do relatório apresentado pelo professor Agostinho Vicente Lourenço na sessão pública de distribuição de prémios, na Escola Politécnica, no ano lectivo de 1877-1878
“O laboratorio chimico da escola é o mais vasto e ao mesmo tempo mais grandioso que todos os laboratorios da Europa, em que estudei, ou os que visitei; mede uma area de 860 metros quadrados, incluindo o amphytheatro de chimica, que póde receber 200 alumnos.
O laboratorio divide-se em duas partes: uma, commum ás duas cadeiras de que se compõe o ensino; e outra, pareticular a cada uma d’ellas.
A primeira consiste de uma grande sala de 20 metros de comprido sobre 12 de largo e 10 de alto; é cercada na meia altura de uma espaçosa galeria e guarnecida de quanto é necessario para a preparação dos cursos das duas cadeiras de chimica, ao trabalho dos preparadores e dos alumnos que obtiverem a permissão de trabalhar, assim como para as analyses organicas e preparações quaesquer em maior escala. Tem dimensões sufficientes para dar instrucção pratica a mais de 50 alumnos.
Um pequeno laboratorio, disposto ao lado d’esta grande sala, com melhores condições de tiragem, serve para a execução de preparações, que pelo seu cheiro, propriedades toxicas, ou acção corrosiva, possam incommodar ou causar algum damno.
A segunda parte, destinada ao serviço de cada uma das cadeiras, compõe-se de um laboratorio, de um gabinete de estudo para cada um dos lentes, e de duas grandes salas guarnecidas de armarios mui commodos, para receber as collecções, instrumentos e apparelhos pertencentes ás duas cadeiras.
Alguns outros quartos destinados para os depositos completam um todo que torna aquelle estabelecimento muito importante entre os estabelecimentos da mesma natureza na Europa, e tem merecido encomios de muitos professores estrangeiros, que por diversas vezes o têem visitado.
O laboratorio de chimica possue em instrumentos, apparelhos, productos chimicos, quanto lhe é necessario para o ensino e o trabalho dos lentes, e tem augmentado todos os annos o seu material nos limites que lhe permitte a sua subvenção.”
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