terça-feira, 18 de março de 2008

Jack Rose no Theatro Circo

Jack Rose, guitarrista de referência no contexto artístico internacional, apresenta-se a 20 de Março (22h00) no Theatro Circo para um concerto cuja primeira parte é protagonizada pelo também guitarrista norte-americano Hush Arbors.

Reconhecido como «um virtuoso das seis e doze cordas de aço e como um dos poucos que prossegue para novos territórios a partir do legado deixado ao instrumento pela escola de Takoma, de John Fahey, por Robbie Basho, Sandy Bull, Peter Wright ou Charley Patton» , Jack Rose regressa a Portugal, após uma ausência de três anos, para apenas dois concertos para apresentação dos temas entretanto editados em “Kensington Blues” e no recente álbum homónimo.

Partindo do inconfundível vocabulário dos “delta blues”, da raga indiana e de uma mescla de vários dialectos da guitarra, Rose afirmou-se como um dos raros criadores que se distingue pela capacidade de inovar a partir de músicas tradicionais telúricas, em direcção a resultados, formas e composições contemporâneas.

Desta forma, num estilo que se divide entre o “indie”, “blues” e “folk”, Rose traz a Braga alguns dos temas que reflectem as intensas viagens que antecederam a gravação do aclamado “Kensington Blues”, como “Calais To Dover”, “Cross the North Fork” ou Flirtin With the Undertaker”, entre muitos outros, que interpreta com um dedilhar caracterizado pela confiança, clareza e profundidade.

Natural do Estado da Virgínia (Estados Unidos da América), Jack Rose iniciou-se no contexto musical em meados dos anos 90, quando, ao lado de Patrick Best e Mike Gangloff, lança os “Pelt”, projecto que, ao fim de dez anos e doze álbuns editados, passa de uma banda de estilo electrónico influenciado por nomes como “Sonic Youth”, “Dead C” e pelo estilo minimalista de “Theater of Eternal Music”, para uma forma onde predominam claramente as sonoridades acústicas.

Nesta produção, o lado acústico e “folk” da sua música é envolvido por experiências invulgares e assumidamente místicas que surgem de instrumentos tradicionais como a guitarra acústica modal, violoncelo, a que são acrescentados sons amplificados.

A solo, Jack Rose, responsável pelo lançamento de trabalhos como “Red Horse, White Mule”, “Opium Musick” ou “Raag Manifestos”, partilha a galeria com nomes como Steffen Basho-Jungahns, Bem Chasny, Sir Richard Bishop e Matt Valentine, destacando-se como exemplo da possibilidade de preservar as referências tradicionais ao mesmo tempo que desenvolve um trabalho exploratório de experimentação marcado por novas linguagens do instrumento.

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