segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Os mais pequenos em Correntes d'Escritas


Conta-me um Conto


Foi uma das novidades nesta nona edição do Correntes d’Escritas, que no seu programa de actividades paralelas inclui uma mesa destinada a alunos do 4º ano do 1º ciclo de Ensino Básico da Póvoa de Varzim.


Sob o tema “Conta-me um conto”, Cristina Norton, Ondjaki, Rui Grácio e Vergílio Alberto Vieira reuniram-se esta manhã no Diana Bar perante uma plateia de 125 alunos das EB 1 nº 2 dos Sininhos, nº 3 do Desterro, nº 1 de Refojos – Aver-o-Mar e nº 1 Praça – Rates.


Rui Grácio fez uma pequena apresentação baseada no texto da sua nova obra Olá, eu sou um Livro, e que será apresentado hoje, às 17h00, na Casa da Juventude.

Com ela, as crianças partiram à descoberta do livro, através da personagem Emília, que depois de conhecer um livro esquecido numa estante entre muitos outros, o decidiu levar para casa. Uma lição para os mais novos que o ouviam atentamente, e a quem Rui Grácio explicou ainda a importância da sensibilidade não só para a leitura, mas também para a vida.


Também Cristina Norton aproveitou uma das suas obras infanto-juvenis para falar com os alunos. Um Barco de Chocolate foi o ponto de partida para a visita de muitos contos que a autora escreveu, transportando os alunos para um mundo de magia, sempre presente na literatura infantil. De nacionalidade argentina, a viver em Portugal há vários anos, mas com raízes um pouco por todo o mundo, Cristina Norton explicou que Um Barco de Chocolate é mais do que o nome do livro, é uma recordação da sua infância, pois seu pai dizia que um dia iriam viajar para a Europa num barco de chocolate.


O riso e as gargalhadas chegaram com a intervenção de Ondjaki, que questionou os alunos sobre qual era o conto mais curto do mundo. “O conto mais curto do mundo é este: Era uma vez… e acabou”, desvendou, explicando depois que neste conto há espaço para muito mais, pois podemos acrescentar elementos à história, saber o que aconteceu e como acabou. Foi este o ponto de partida para os alunos construírem os seus próprios contos, partindo apenas de uma palavra. De conto mais curto do mundo, a estória ganhou conteúdo, imaginação, através da interacção com os alunos. “Escrever um conto é aumentar o que vimos, o que ouvimos e o que sonhamos”, concluiu.

Da mala de Vergílio Alberto Viera saltou um sol e na mesa nasceu uma flor para acompanhar a leitura de um conto sobre a Abelha Giroflé. O conto foi desvendado em primeira mão para os alunos presentes, pois faz parte de um livro que ainda não foi lançado e que Ondjaki irá ilustrar.
Seguiram-se as perguntas por parte dos alunos, que perderam a timidez e até poemas declamaram. Assim, ficaram a saber que Ondjaki gostou muito de escrever Ynari, a menina das 5 tranças (livro que todas as crianças conheciam) e que o seu nome verdadeiro não é Ondjaki, antes outro que é segredo indesvendável. Souberam também que Rui Grácio começou a escrever em 1993, que Cristina Norton escreve contos infantis porque, já depois de os filhos crescidos, sentiu necessidade de escrever para outras crianças e que Vergílio Alberto Vieira deve a seus pais a sua dedicação à escrita, pois incentivaram-no à leitura quando ainda era muito novo.
Terminadas as perguntas, foram muitas as crianças que, de livros na mão, esperaram pelos autógrafos dos escritores.





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