quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Vitorino não conquistou os Doutoures

Quinze minutos depois da hora marcada os seis músicos que acompanharam Vitorino no concerto de abertura oficial do ano académico da Universidade de Lisboa tocaram os acordes de "Menina estás à Janela".

Só após este instrumental, que foi acompanhado de algumas imagens de planícies e montes alentejanos, entra Vitorino interpretando uma moda (cante alentejano). Depois apresenta o espectáculo dizendo que iria evocar e homenagear duas pessoas: António Lobo Antunes e Zeca Afonso.

Antes de iniciar o terceiro tema da noite comenta com o público da Aula Magna "como o fado está na moda vou interpretar o fado da prostituta de Santo António da Glória", no quarto tema "poema", explica que a letra lhe foi dada por "um poeta muito discreto que se passeava pelas ruas da baixa e me ofereceu um papelito com o titulo poema", referia-se a António José Forte. O tema "A minha estrada vai para o sul" serviu de mote para um "lote" de musicas dedicadas ao Sul.

Passavam 25 minutos e Vitorino, no seguimento do "lote", apresenta o seu convidado, mesmo sem ter conquistado o público, "também do sul e meu irmão que hoje vai homenagear os nossos amigos, Janita Salomé." Janita que foi efusivamente aplaudido pelos presentes na sala, interpretou "Ronda do cabo", de Zeca Afonso, muito bem acompanhado ao piano por Sérgio Costa, tendo merecido alguns aplausos em pé.

Com o tema "E todos os amantes são raianos", Janita "agarrou" o público que lhe agradecia com fortes palmas. O ponto alto da noite foi quando o convidado interpreta "As bruxas" de Zeca Afonso, levando a sala de pé a aplaudi-lo enquanto ele se retirava. Tinha feito os seus 10 minutos de concerto, pois era o convidado.

Vitorino regressa com uma Moda e um Bolero antes de passar aos temas mais "fortes", os de Zeca Afonso. Com o "Adeus à serra da lapa" e "A morte saiu à rua", contentou o público sem o "agarrar".
Deixou ao longo do concerto alguns recados e um deles foi " sente-se muita pressão do poder politico, mas não só do nacional. Logo após o 25 de Abril nesta sala cantava qualquer um, até mesmo com microfones de má qualidade. Ela, a Aula Magna, deve continuar como está, pois é a Aula Magna!".
Na apresentação da musica que se segue "um texto muito bonito, de António Lobo Antunes, e que prova que somos uma terra de poetas."

Apercebendo-se que não tinha o público "na mão" interpreta " Perguntei ao vento..." com a letra a passar na tela que se encontrava por de traz dos músicos, mas por azar a mesma estava com partes apagadas, impossibilitando o acompanhamento pela tela.

Vitorino despede-se da Aula Magna com, parte, do público a aplaudi-lo de pé chamando Janita Salomé, aumentando a intensidade dos aplausos e fazendo mais pessoas levantarem-se.
Após esta despedida graceja dizendo "agora era a parte em que me ia embora para dentro e vocês continuavam com as palmas até eu regressar, mas assim não vou fico já!".

No encore interpreta a "Marcha de Alcântara", "Morre-se depressa neste país", "Onde mora a mágoa e a saudade".

Todos os presente esperavam o dueto dos irmãos. Os músicos começam com os acordes de "Menina estás à janela" e Vitorino chama Janita Salomé por diversas vezes, mas o convidado não apareceu, a não ser no final da música em que trocaram algumas palavras pouco simpáticas, pelas expressões que apresentavam.
Já na recta final volta a Zeca Afonso com o tema "Maria da Fonte" que foi acompanhado por algumas pessoas, enquanto passavam expressões e palavras relacionadas com a canção. No final, parte, da plateia aplaude-o em pé.
Vitorino despede-se da Aula Magna sem a conquistar e sem o esperado dueto dos irmãos com o tema "Vou-me embora, vou partir".
No final do tema Janita Salomé volta ao palco para agradecer e a sala levanta-se para se despedir dos seis músicos e dos dois irmãos.

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