quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Igreja Evangélica e Presbiteriana comemora 140 anos



Igreja Evangélica Presbiteriana de Lisboa (IEPL)
comemora 140 anos

Nos próximos dias 15 e 16 de Novembro (Sábado e Domingo), Lisboa vai ser palco das comemorações dos 140 anos da Igreja Evangélica Presbiteriana de Lisboa – primeira Igreja do protestantismo histórico no continente Português.
As celebrações terão uma programação específica que inclui o lançamento, na Byblos Amoreiras, de Cristãos Inconformistas, livro de Manuel Pedro Cardoso sobre a história singular desta Igreja, e actividades religiosas e culturais no bairro de Campo de Ourique, onde aquela se situa. Está previsto um concerto de música ao ar livre com hinos evangélicos no melhor estilo gospel jazz de Nova Orleães.

UMA IGREJA ALTERNATIVA
A Igreja Evangélica Presbiteriana de Lisboa é uma comunidade inspirada no protestantismo histórico.
Enquanto protestantes, somos Cristãos que se reconhecem nos Credos da Igreja Cristã primitiva.
Sendo uma Igreja de tradição Reformada, a sua doutrina baseia-se nos pilares fundamentais do protestantismo, entre os quais, a salvação pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, a Sagrada Escritura como única fonte legítima de autoridade religiosa e o entendimento de que nada é sagrado ou absoluto fora de Deus, sendo que toda a honra e toda a glória lhe são devidas de forma exclusiva.
Mais, defendemos o sacerdócio universal dos crentes, donde o testemunho da fé e o compromisso no mundo são responsabilidades de todos os membros da Igreja.
Entendemos a Igreja com um carácter inclusivo, porquanto acolhe todos os que confiam no Deus de Jesus Cristo, particularmente pelo Baptismo e pela Ceia do Senhor.
Enquanto instituição, a Igreja não exerce a mediação entre os fiéis e Deus sendo, num contexto de pós-modernidade, entendida sobretudo como comunidade humana que evolui constantemente ao ritmo da sociedade que serve.
O surgimento e o desenvolvimento da Igreja Presbiteriana de Lisboa tiveram, ao longo de toda a sua história, como traço fundamental o objectivo da vivência de uma experiência religiosa num contexto de autonomia, liberdade e dignidade.
A Igreja surgiu em 1868, no âmbito das primeiras reuniões de protestantes em Portugal continental, inseridas no trabalho missionário originário do Brasil.
Este foi desenvolvido por alguns dos elementos que haviam sofrido as perseguições religiosas e a subsequente expulsão da Ilha da Madeira alguns anos antes, decorrentes da ausência quer de liberdade religiosa, quer da separação entre Estado e Igreja.
Separação essa que hoje damos por adquirida no mundo ocidental, mesmo nos países de maioria Católica.
No plano da sua evolução histórica, e perante os sucessivos desafios à sua autonomia, liberdade e dignidade, a Igreja Evangélica Presbiteriana de Lisboa sempre soube e pôde afirmar a sua identidade e estabelecer as bases para a vivência da fé Cristã num contexto alternativo ao da Igreja Católica Romana, dominante em Portugal, mas sem a tutela de qualquer espécie por parte de Igrejas estrangeiras ou outras.
Entre os valores da Igreja Presbiteriana destaca-se uma matriz humanista fortemente vincada, e um profundo envolvimento da comunidade, centrado numa vivência congregacional.
A face mais visível deste valor será, porventura, a forma democrática e plural da sua organização, naquilo que é um modelo de governo caracteristicamente Presbiteriano.”
(Pastor Paulo de Medeiros Silva)

CRISTÃOS INCONFORMISTAS
Este livro de pequenas dimensões conta a história, narrada por Manuel Pedro Cardoso, da mais antiga das comunidades protestantes de Lisboa (organizada em 1870).
Dividido em duas partes, conta na primeira as dificuldades por que passaram os portugueses dos tempos da Inquisição que tiveram simpatia pela Reforma, como Damião de Góis, ou, vivendo no estrangeiro, se tornaram protestantes, como foi o caso de João Ferreira de Almeida, autor da primeira versão da Bíblia em português.
Num período como o nosso, de grande confusão religiosa, a Igreja Presbiteriana de Lisboa assinala com a publicação deste livro a luta de gerações em favor de um Cristianismo adulto e inconformista.

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