quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Um crime perfeito pela Companhia Teatral do Chiado

Companhia Teatral do Chiado traz “a arte do crime” perfeito para os palcos portugueses.




Companhia Teatral do Chiado (CTC) escolhe para próxima peça “A Arte do Crime”. Obra da autoria de Richard Harris, dramaturgo inglês premiado pela sua genialidade na arte de escrever ficção policial.
Richard Harris foi saudado, à data da estreia de “A Arte do Crime” (1981), no seu original “The Business of Murder”, pela inteligência e mestria narrativa que manifesta, sobretudo na capacidade de revelar, sob uma história de superfície, as linhas onde outra história, bem diversa, pode estar a decorrer.


Três protagonistas — um Inspector-Chefe da Polícia, uma escritora de argumentos para séries e peças policiais televisivas e uma figura aparentemente anónima mas de muitos recursos no domínio da manipulação — bastam ao dramaturgo para tecer uma intriga de incertezas e suspeição de extraordinária densidade.


São eles: John Hallett (interpretado por Simão Rubim), um detective que dedica a sua vida à resolução de crimes; Dee Redmond (Vanessa Agapito), uma argumentista de séries policiais para a televisão; e Rocha (Emanuel Arada), um homem misterioso com uma ligação muito pessoal ao crime.
O brilhantismo de Richard aborda ainda de forma implícita uma crítica a um certo modelo de ficções policiais onde a separação entre bem e mal é traçada com demasiada facilidade.


A violência dos métodos de investigação criminal e a invenção de uma imagem pública (naturalmente positiva) das instituições policiais com a conivência dos grandes meios de comunicação são, por exemplo, directamente abordados na trama da peça.

Na adaptação feita pela Companhia Teatral do Chiado, a acção desenrola-se num bairro periférico de Lisboa, onde o enredo é tão possível como na Londres do texto original.


O Inspector-Chefe Vasco Machado, a escritora e argumentista Diana Galvão e o imprevisível Sr. Rocha defrontam-se num espaço fechado onde nunca está muito claro quem domina e quem é dominado.
Os jogos de manipulação são assim visíveis em toda a peça enquanto instrumento da própria intriga, é desta forma que o comportamento das personagens se torna irremediavelmente imprevisível e a intriga progride até para um desfecho inesperado.
Após nove anos em cena nos teatros de West End, em Londres, é chegada a altura do público português conhecer esta obra actual, que marca a incursão corajosa do encenador Juvenal Garcês pelo drama policial.


Ficha técnica
Interpretação: Emanuel Arada, Simão Rubim, Vanessa Agapito
Encenação: Juvenal Garcês
Tradução: Célia Mendes
Revisão: Gustavo Rubim
Dramaturgia: Gustavo Rubim
Adaptação: Gustavo Rubim
Cenografia: Ana Brum
Execução Cenográfica: EPC - Empresa Portuguesa de Cenários
Figurinos: Ana Brum
Desenho de Luz: Vasco Letria
Sonoplastia: Sérgio Silva
Todas as 5ª, 6ª e Sábados às 21h00 no Teatro Estúdio Mário Viegas.
Reservas e informações através dos telefones: 213257652, 214346304 ou 707234234


Sobre a Companhia Teatral do Chiado
A Companhia Teatral do Chiado (CTC), fundada há 17 anos por Mário Viegas e Juvenal Garcês, nasce com o propósito de recuperar a tradição do teatro popular de qualidade, tornando recorrente hábitos culturais associados ao entretenimento.

A CTC aposta no primado dos actores e na itinerância contando, em dezassete anos de actividade, com trinta e quatro produções, cinco co-produções e oito espectáculos convidados. Juvenal Garcês assume a direcção artística da Companhia desde 1996, na qual assina a encenação da maioria das peças e espectáculos.

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