quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Um Inspector da Pide biografado por Irene Pimentel


Biografia de um Inspector da PIDE.
Fernando Gouveia e o Partido Comunista Português
Irene Pimentel

De memória invulgar, minucioso, inteligente, extremamente vaidoso, visceralmente salazarista, com uma folha de serviço «brilhante», Fernando Gouveia foi um dos investigadores da PVDE/PIDE/DGS mais temidos pelo Partido Comunista Português (PCP).
Era um homem baixo, de rosto fechado, sempre de chapéu e fato engomado, marcado pelo nascimento ilegítimo e por uma infância dura, pai de sete filhos, fruto de vários casamentos.
Este inspector do Gabinete Técnico da Polícia Política conhecia como ninguém os métodos do PCP, a forma de actuação dos seus militantes, funcionários e dirigentes clandestinos, não só a nível político como a nível pessoal.

Pela sua mão foram apreendidos documentos fundamentais que Fernando Gouveia estudava minuciosamente, de forma a desmantelar o puzzle comunista, assim como foram presos centenas de comunistas, vítimas de violência e de toda a espécie de torturas, chantagens e pressões psicológicas.
Irene Flunser Pimentel, Prémio Pessoa 2007, traz-nos o retrato não de um herói ou de uma vítima, mas de um agente de repressão do Estado Novo.
Com uma investigação baseada no arquivo da PIDE/DGS e na leitura das memórias publicadas, pelo próprio, em 1979, esta historiadora transporta-nos para o interior da polícia política, explica-nos os seus métodos e as suas operações, e conta-nos a história da resistência do Partido Comunista desde os anos 30.
Irene Flunser Pimentel venceu o Prémio Pessoa no ano de 2007 e é doutorada em História Contemporânea com uma tese sobre a PIDE/DGS, polícia política do Estado Novo, entre 1945 e 1974.

Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1984.

Concluiu o mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese Contributos para a História das Mulheres no Estado Novo.

As organizações femininas do Estado Novo (Obra das Mães pela Educação Nacional e Mocidade Portuguesa Feminina), 1936-1966.
É investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Colaborou na revista História, da qual foi editora até final de 2001. É ainda autora das obras Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial e Mocidade Portuguesa Feminina e co-autora da obra Vítimas de Salazar.

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