quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Omara Portuondo, a intérprete da emoção cubana!


Uma voz cantou , um piano falou e ouviu-se Cuba!

O anfiteatro da Reitoria da Universidade de Lisboa encheu-se para assistir à exibição da cantora cubana Omara Portuondo.

Considerada uma das melhores cantoras de bolero de Cuba, Omara Portuondo é dona de voz macia e intensa e ,aos setenta e oito anos , é considerada a melhor artista cubana nesta vertente, tendo sido a protagonista duma das passagens mais comoventes no documentário "Buena Vista Social Club" do realizador alemão Wim Wenders, filme que acabou por celebrizar internacionalmente a música cubana e os seus intépretes.
A sua vida artística começou verdadeiramente por uma ironia do destino, em 1945.

Inúmeras vezes, Omara assistia aos ensaios de sua irmã, Haydee, no conceituado cabaret 'Tropicana' em Havana.
Por acidente,Omara acabaria por preencher o lugar de uma bailarina que, a uns dias da estreia do espectáculo, se despedira sem deixar rasto. Como já sabia o papel de cor, Omara agarrou a oportunidade com garra. Este seria o ponto de viragem na vida de Omara Portuondo iniciando, primeiramente, uma carreira como bailarina com a ajuda do talento de Rolando Espinosa. Aos fins-de-semana actuava no grupo Loquibambla Swing, cantando temas conceituados do jazz americano.

Mais tarde, em 1952, formaria um dos mais importantes quartetos femininos na história da música cubana.

Magia Negra (1959) foi o primeiro álbum a solo de Omara, marcante no "enamoramento" entre os sons quentes de Cuba e o jazz norte-americano, "personificado" nas versões dos temas "Caravana" (de Duke Ellington) e "The Old Black Magic". Mais tarde seguir-se-iam Esta Es Omara Portuondo, 'Palabras', 'Desafios'.

Omara chegou, em 1995, a gravar com os The Chieftains por intermédio de Ry Cooder, que a convidaria igualmente para encabeçar um fantástico bolero com Compay Segundo, para o álbum Buena Vista Social Club. Hoje, Omara Portuondo dirige sua própria orquestra em Cuba.

E esta noite na Aula Magna toda a magia de Cuba se passeou por ali deixando nos espectadores um misto de admiração e arrebatamento

Cuba, a ilha indomável, doce e serena, estava ali na voz de uma senhora idosa que cantava qual adolescente vibrante e feliz.

A magia tomou conta das nossas palmas , do nosso canto conjunto com Omara, do entusiasmo com que lhe pedimos mais uma música.

Por outro lado Omara rodeou-se de músicos verdadeiramente fabulosos, com especial destaque para o jovem pianista, e que demonstram uma perfeita cumplicidade com a cantora durante a sua actuação.
Omara ofereceu-nos mais uma canção , que falava de partida, prometendo que voltaria em breve.
Assim o esperamos.

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