terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mona Lisa Show no Centro Cultural de Belém


MONA LISA SHOW DE PEDRO GIL


9 A 12 DE OUTUBRO21H


SINOPSE


O que é que está aqui a fazer? ILUSÃO! DRAMA! EROTISMO! VIOLÊNCIA! RISO! VIRTUOSISMO!... e muito MEDO!

Mona Lisa Show é um acontecimento onde os seus mais íntimos pensamentos ganham voz e os seus mais secretos desejos se tornam realidade! Do que é que estava à espera? Se está à procura de respostas e ávido de perguntas, não se vá embora! Esta é a experiência que poderá mudar a sua vida! Em que é que está a pensar? Do que é que se lembra? O que está a sentir? Encontre-se! Esqueça quem é ou o dia que teve! Questione-se, conheça o grande amor, descubra o sentido da vida, ou ainda, o caminho para a felicidade! Emocione-se, exorcize-se! Venha libertar-se, encontrar a redenção, ou simplesmente, entregar-se ao prazer! Não se deixe dormir…esteja muito disponível! E tudo isto para quê afinal? ...de que é que se vai lembrar amanhã?


SOBRE O ESPECTÁCULO


Mona Lisa Show é um concerto dramático. Não poderia ser noutra altura, nem noutro sítio. É hoje, em Lisboa. Sete personagens num momento das suas vidas. Uma montra humana onde o presente, contém em si, o passado e o futuro, a memória e o desejo. O que dizem estas personagens? O que não dizem e o que gostariam de dizer? E se dissessem o que pensam? Mona Lisa Show é um espelho, ou uma janela para o desconhecido; um laboratório de personagens que se cruzam numa passerelle vermelha entre a vida que têm e as vidas que não têm. Porque é que fazemos isto? Para que é que isto serve? Quais são as nossas histórias, os nossos dramas? Onde estão os nossos heróis? Estas pessoas não existem. São só ficção.


7 PERSONAGENS


Homem 1 vai ser pai. A sua mulher está grávida. Trabalha no ramo imobiliário e está a tentar abrir a sua própria empresa. Sonha com um Triumph Spit-Fire em segunda mão. Às escondidas masturba-se pela Internet com uma tal de Soraia que nunca viu. Mulher 1 é a última mãe a chegar ao infantário para buscar o filho. O marido estranha que ela hoje não tenha ido à salsa. Nessa mesma noite, depois de fazer o jantar, decide despedir-se. Há meses que tenta acabar o livro que está a ler, mas sempre que chega à cama, adormece na mesma página.

Homem 2 está casado há 26 anos e tem dois filhos. A filha mais velha descobriu que ele trai a mãe com uma mulher “30 anos” mais nova. Ele diz que esta situação era impraticável, que mais tarde ou mais cedo iam ser apanhados. Isto nunca lhe tinha acontecido. É amor?

Mulher 2 tem um relacionamento de quatro meses. Ele acha que devem dar o próximo passo, irem viver juntos. Ela não percebe como é que se deixou arrastar até ali, como é que uma boa cama pode achar que vai ser o pai dos seus filhos. Ela precisa de um homem que não tenha medo, um homem que a deixe ser livre sexualmente.

Homem 3 pelo menos uma vez por mês esforça-se por visitar a mãe que vive sozinha a hora e meia de Lisboa. O seu pai morreu tinha ele 18 anos. Ele quer dar à mãe um neto para lhe sujar a casa. Ele é homossexual e adora praia.

Mulher 3 nasceu na Argentina e veio para cá estudar. É artista. As coisas podem não estar como ela gostaria mas estão à andar. Um amigo dela, também artista, pergunta-lhe quando vai ela desistir de criar, quando vai ela ter a coragem para ir procurar a felicidade noutro lado.

Homem 4 vai visitar os pais a casa este fim-de-semana. O pai tem um cancro e vai ser operado pela segunda vez. Ele tem muitas perguntas para lhe fazer e não acredita que este não tenha perguntas. O pai não aplaude as suas escolhas profissionais. O filho convida o pai para uma viagem. Não percebe como é que os dois nunca se embebedaram.


INTENÇÕES


O que procuro é, parece-me a mim, tirar um retrato personalizado da nossa sociedade. Interessa-me o aqui e o agora. Não se trata tanto de procurar “novas” formas, mas sim as “minhas” formas (consoante o meio pelo qual estou a comunicar). Tudo isto, com a certeza de que a tarefa não é finita e tão pouco concretizável. Estou consciente de que aquilo que faço hoje, amanhã o faria de uma outra forma e que só isso já é razão que baste para o fazer. A arte é aqui expressão do eu, uma necessidade do ego, por isso, procuro criar um objecto que me realize mais e mais ainda, algo que seja mais “eu” do que outra coisa qualquer. É paradoxalmente aqui, ou não, que o trabalho co-criativo com os restantes artistas é fundamental, precisamente para me ajudar a chegar a esse “eu” que procuro.Pretendo retratar a classe média, debruçar-me sobre a vida daqueles que têm tudo para ser felizes - ou não? – e que não o conseguem – ou sim ?-, daqueles que o conseguem às vezes, daqueles que nunca o conseguem, bem como, daqueles que dizem consegui-lo sempre. O retrato ou mostrará a vida como ela é(realidade), ou a vida como ela poderia/deveria/gostaria que fosse(ficção). Poder-se-á misturar as duas, fundindo ficção e realidade. Qual imita qual?O retrato pretende sempre provocar o espectador confrontando-o ou com a realidade que ele vive ou que gostaria de viver. (Pedro Gil Setembro de 2008 )

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