sexta-feira, 4 de julho de 2008

Teatro Grego encerra MIMARTE 2008




“As Bacantes” e “As Vespas” CLÁSSICOS ENCERRAM “MIMARTE 2008”
5 e 6 Julho > 21h45 > Museu D. Diogo de Sousa

“As Bacantes”, de Eurípides, e “As Vespas”, de Aristófanes, são os dois dignos representantes clássicos que sábado e domingo (5 e 6, 21h45) se apresentam no átrio do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, assim transformado em cenário das duas últimas sessões do “Mimarte 2008 – Festival de Teatro de Braga”.



Representada pelo Grupo Acutema, de Málaga (Espanha), “As Bacantes” aborda o culto dionisíaco e a introdução dos respectivos ritos na Grécia Antiga.

Última tragédia de Eurípides ainda em estado de conservação, narra a chegada de Dionísio a Tebas, cidade onde pretende introduzir o seu culto e onde encontra a oposição do rei Penteu, defensor das tradições antigas.

Deixando-se prender pelo seu opositor, Dionísio escapa de forma prodigiosa e, disfarçado de mulher, atrai o rei para uma intriga que culmina na sua decapitação.

Com encenação e adaptação de Andreu, esta interpretação de “As Bacantes”, que compõem a programação do nono dia do Festival de Teatro de Braga, resultou de um projecto conjunto da Escola Superior de Arte Dramática de Málaga e da Associação Cultural de Teatro Grego e Romano daquela cidade andaluza.

Pano de cena do “Mimarte” desce sobre “As Vespas”

Palco da última apresentação do “Mimarte 2008”, o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa recebe então no domingo (6, 21h45) a interpretação de “As Vespas”, pelo “Grupo Thíasos”, do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Da autoria de Aristófanes, “As Vespas”, na circunstância encenada por Carlos Jesus, foi apresentada pela primeira vez em 422 a.C., em plena guerra de Peloponeso, por um reconhecido comediógrafo do contexto cultural ateniense e é habitualmente interpretada como uma reacção estilística à não atribuição de mérito à sua comédia anterior, intitulada “As Nuvens”.

Procurando satirizar em palco o mau funcionamento das instituições democráticas, designadamente dos tribunais atenienses, Aristófanes recria em cena um tribunal doméstico onde o arguido e acusado são representados por dois cães – analogias aos dois poderes políticos de destaque na época – e onde, com o decorrer da acção, se vai tornando mais evidente a corrupção que domina as instituições jurídicas do tempo.

Resultado directo de várias experiências de representação desenvolvidas no seio do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi em 1998 que a Associação Cultural Thíasos se institucionalizou como grupo.

Com uma vasta experiência na representação de tragédias clássicas, foi com “Os Heraclidas”, de Eurípides, que o “Grupo Thíasos” se estreou, em 2001, no Mimarte.

Em 2003 apresentou também no Museu D. Diogo de Sousa a obra “Anfitrião”, de Plauto, e em 2004, no mesmo local, representou “As Traquínias”, de Sófocles, para no ano seguinte mostrar mais uma interpretação da célebre comédia de Aristófanes “As Mulheres no Parlamento”.

As suas mais recentes participações no “Mimarte” concretizaram-se em 2006, com “As Suplicantes”, e em 2007, com “Hécuba”, tragédias anti-bélicas do mais humanista de todos os tragediógrafos gregos, Eurípides.

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