sexta-feira, 30 de maio de 2008

Museu dos Coches tem o Landau do Rei D.Carlos


Landau onde morreu D. Carlos
integra exposição sobre o Rei no Museu dos Coches


O landau em que seguia o Rei D. Carlos, quando foi assassinado há cem anos, integra a exposição que a partir de quarta-feira estará patente no Museu dos Coches, em Lisboa, dedicada ao monarca.
"O landau é apenas uma peça da exposição, tanto mais que pretendemos evocar documentalmente a figura do Rei sob o olhar de quatro especialistas: Eduardo Nobre, Rui Ramos, Luís Filipe Marques da Gama e Joaquim Vieira", explicou à Lusa Silvana Bessone, directora do Museu.
Intitulada "D. Carlos, um homem do seu tempo", a exposição "aborda as várias facetas de Rei que foi mais vanguardista do que se supõe, muito incompreendido pela população do seu tempo e europeísta demais para a sua época".
Além do landau estarão patentes diversas selas usadas pelo soberano - a de caça e a militar, entre outras - o carrinho de passeio, vários documentos escritos, fotografias, gravuras e ainda aguarelas e pastéis de sua autoria.
A maioria das peças expostas pertencem ao Museu do Coches, havendo também de outras instituições, nomeadamente do Museu do Chiado e do Palácio da Pena, e ainda de coleccionadores particulares.
"O landau, de fabrico português de F.T. Oliveira, construído em 1900, tem ainda as marcas dos tiros e integra o núcleo do museu em Vila Viçosa", explicou Silvana Bessone.
Eduardo Nobre, autor de vários livros sobre a Casa Real orientou a parte da exposição "desde o nascimento do Rei até ao seu casamento em S. Domingos, com D. Amélia d'Olrleans", enquanto o historiador Rui Ramos, autor de uma biografia do monarca, referenciou o seu papel como diplomata.
Luís Filipe Marques Gama perspectivou as ligações do Rei com o mundo rural, nomeadamente à charneca de Vila Viçosa: “Sabe-se que D. Carlos de Bragança gostava de se vestir à alentejano”.
O jornalista Joaquim Vieira refere-se à parte final, “sob a perspectiva dos cinco minutos que mudaram Portugal, é aliás este o título do seu texto no catálogo que será também editado”.
"Esta parte é precisamente sobre a morte do Rei, e do Príncipe herdeiro, na Praça do Comércio", disse.
No final da exposição é exibido um filme de cerca de 12 minutos de autoria de Serradas Duarte com imagens inéditas do monarca, nomeadamente no estrangeiro, disse a responsável.
O Museu dos Coches é o mais visitado da Rede Portuguesa de Museus, sendo 95 por cento dos seus visitantes estrangeiros, "daí a exposição ser bilingue - português e inglês -, bem como o catálogo", disse Bessone.
Só no primeiro trimestre deste ano visitaram já o museu 44.678 pessoas, segundo dados do Instituto dos Museus e Conservação.


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