terça-feira, 9 de outubro de 2007

Luiz Francisco Rebelo de novo em palco

A Desobediência de
Luiz Francisco Rebelo
Estreia dia 11 ,no Teatro da Trindade,
a peça de Luiz Francisco Rebelo, " A Desobediência".
No verão de 1940, quando as tropas alemãs invadiram a França, a salvação de milhares de homens e mulheres que fugiam do regime de terror instaurado na Europa pelo nazismo, dependia de um visto de trânsito para um país neutro.
Aristides de Sousa Mendes, consul de Portugal em Bordéus, dividido entre o cumprimento das ordens ditadas por Salazar e a sua consciência não hesitou em obedecer a esta e desobedecer àquelas. O resultado seria a salvação de cerca de 30 mil judeus e o seu afastamento definitivo da carreira diplomática.
É neste ambiente de terror e temor que se desenrola a peça.
No entanto Aristides não é aqui tratado como um herói mas tão somente como um homem de muitas fraquezas e fragilidades.
A interpretação está a cargo de Rogério Vieira, o protagonista, Carmen Santos, Igor Sampaio, Joana Brandão, João Didelet, José Henrique Neto ( Salazar), Luis Mascarenhas, Marques d'Arede, Nuno Nunes, Rita Loureiro, Rui Santos, Rui Sérgio e Sofia de Portugal.
A encenação é de Rui Mendes que disse ao hardmusica.com que aceitou de bom grado o convite que lhe foi dirigido pelo Teatro da Trindade para encenar a peça. " Peça já minha conhecida, tema apaixonante, e um autor dramático por quem tenho a maior estima e admiração. Um verdadeiro homem de Teatro como temos poucos."
A encenação conseguida por Rui Mendes dá ao texto, já de si forte, a capacidade da transmissão da mensagem de Atistides Sousa Mendes: desobedecer para salvar a Humanidade.
Rui Mendes considera mesmo que o Cônsul de Bordéus terá sido o precursor da objecção de consciência.
Por último de salientar a escolha do enquadramento musical da peça, também da autoria de Rui Mendes: a ópera Nabucco de Verdi, com o seu monumental Coro dos Escravos a ouvir-se no final. Sublime!
Um espectáculo que aconselhamos aos nossos leitores pela sua actualidade e pelo humanismo que por ele perpassa.

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