sábado, 14 de julho de 2007

Ciclo de cinema TAGV


Outros Filmes Outros Lugares

Mais um mês, mais um ciclo de cinema no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) em Coimbra
Desta feita, os oito filmes em exibição foram agrupados sob a designação “OUTROS FLMES OUTROS LUGARES”.
Dias 16, 17, 18, 19, 23, 24, 25 e 26 de Julho, às 21:30.
Dia 16 de Julho
A vida dos outros
(Alemanha, 2006, 137`)
De Florian Henckel
Óscar para Melhor Filme Estrangeiro

Situando-se em 1984, cinco anos antes da queda do muro de Berlim, na parte oriental da cidade o socialismo continua a ser preservado através de uma força invisível, a Stasi (policia secreta), cujos métodos são escutas nas residências dos suspeitos e posteriores interrogatórios ininterruptos. Um desses interrogadores, professor universitário e inspector da polícia secreta, pessoa desconfiada por natureza, tem a missão de supervisionar a vigilância a um dramaturgo aparentemente fiel ao Partido. Sabendo que os motivos que geraram a missão são de natureza pessoal (um Ministro corrupto e prevaricador pretende afastar o dramaturgo por ciúmes, já que cobiça a namorada deste; e o chefe da Stasi quer ficar nas boas graças do Ministro), o inspector deixa-se influenciar pelas escutas sobre liberdade e direitos humanos.

Dia 17 de Julho
O Caimão
(França/Itália, 2006, 112`)
De Nanni Moretti

O último filme de Nanni Moretti, uma metáfora sobre a Itália contemporânea, relata a história de um produtor em falência profissional e sentimental, Bruno Bonomo, que tem um passado de produtor de filmes de série Z com títulos inspiradores como "Os Mocassins Assassinos" ou "Maciste vs. Freud". Mas agora não consegue arranjar financiamento para o seu próximo projecto, "O Regresso de Cristóvão Colombo". Estrangulado pelas dívidas e fraquezas, com o casamento em risco e os filhos perdidos, Bruno perde o norte. É aí que o seu caminho se cruza com o de uma jovem realizadora que lhe entrega um guião, "O Caimão".

Dia 18 de Julho
Climas
(Turquia, 2006, 101`, M/12)
De Nuri Bilge Ceylan
Prémio da Crítica Internacional em Cannes em 2006

Climas é um filme feito das subtilezas próprias da amargura. Não existe aqui propriamente uma felicidade, uma satisfação perante a vida, existem palavras que ficam por dizer, sentimentos que ficam por explicar. Há momentos que não voltam e há tempos que passam, de repente é tarde de mais. Mesmo que nos pareça que o tempo se prolonga até à eternidade nos grandes planos do filme, belíssimos, longos e extremamente significativos. [...]Climas vive destes desencontros na vida das pessoas, alimentado por uma bela fotografia e por momentos de suspensão temporal baseados em grandes planos, em tempos longos, como se não existisse tempo. E ficamos com essa sensação de angústia sem tempo, que pode durar toda um vida.
Dia 19 de Julho
A Maldição da Flor Dourada
(China/Hong-Kong, 2006, Cores, 114`, M/16)
De Zhang Yimou
Baseado na peça do chinês Yu Cao, que por seu turno tem várias alusões à obra de Shakespeare, nomeadamente a King Lear, Othello ou Hamlet, esta história de traição, crime e vingança passa-se na China do século X, no final da Dinastia Tang. Na véspera do Festival Chong Yang, flores douradas enchem o Palácio Imperial. O Imperador regressa inesperadamente com o seu segundo filho, o Príncipe Jai. O pretexto é celebrar as festividades com a família, apesar da relação fria que mantêm com a Imperatriz. Durante as grandiosas e belíssimas festividades, negros segredos serão revelados, rebeliões tomarão forma e o sangue manchará o dourado das flores.

Dia 23 de Julho
Inland Empire
(EUA/França/Polónia, 2006, 172`, M/16)
De David Lynch

David Lynch analisa a relação entre o actor e a representação através de uma mulher presa aos papéis que lhe são dados representar, quer na sua profissão quer na sua vida, e para quem a entrega à interpretação torna totalmente difusa a linha entre ambas. A textura maleável do vídeo digital (o filme foi todo filmado em digital de baixa resolução) alia-se a um tempo que se dobra sobre si mesmo, (con)fundindo o ontem, o amanhã, o depois de amanhã, no presente em que é pensado/visto. Pode-se estar em diversos locais ao mesmo tempo ou diversos tempos no mesmo local. Lynch sabe como funciona a mente do espectador, como insistimos sempre em colar os bocados todos da história. Mas ele prefere que cada um faça, na sua mente, o seu próprio filme. Em cada imagem, joga com as nossas expectativas. Usando as palavras que todos conhecemos, constrói uma linguagem com frases novas, surpreendentes e perturbantes.

Dia 24 de Julho
Still Life – Natureza Morta
(China/ Hong Kong, 2006, 108`, M/12)
De Jia Zhang Ke

“Natureza Morta” pertence a uma família do cinema contemporâneo e moderno que tomou como prioridade fazer trabalho de memória: filmar o que está condenado, filmar o que vai desaparecer. No caso, uma cidade chinesa.
Há uma "poesia das ruínas" a trabalhar em "Natureza Morta", e é por ela, pelo seu efeito hipnótico, que a cidade se transforma num labirinto feito de uma estranha e quase acolhedora familiaridade. Aliás, as histórias "humanas" de "Natureza Morta" falam disso: gente que vem de fora à procura de outros, que vieram para Fengjie meses ou anos antes trabalhar nas demolições e nunca mais deram sinal de vida. As entranhas descarnadas de Fengjie também são "o mundo", uma bolsa que acolhe os desenraizados e os volta a enraizar em estado catatónico.

Dia 25 de Julho
A Nuvem
(Alemanha, 2006, 105`, M/12)
De Gregor Schnitzler

Um acidente numa central nuclear perto de Frankfurt lança o pânico no país. Uma gigantesca nuvem radioactiva foi libertada e avança em direcção à cidade de Schlitz. Toda a população que vive nos arredores da central nuclear fica imediatamente contaminada e rapidamente morrem 38.000 pessoas. Todos os que vivem um pouco mais afastados tentam fugir. Entre eles está Hannah, de 16 anos, e o namorado Elmar. À medida que a lei e a ordem deixam de existir, eles tentam escapar da zona de perigo.
Baseado no bestseller de Gudrun Pausewang, o filma procura retratar a angústia, o desespero e a incapacidade de lidar com um acidente nuclear, mesmo num país como a Alemanha.

Dia 26 de Julho
20, 13 – Purgatório
(Portugal, 2006, M/16)
De Joaquim Leitão

Guerra do Ultramar, Norte de Moçambique, 24 de Dezembro de 1969. Uma patrulha percorre a picada, de regresso ao aquartelamento, trazendo um prisioneiro. Estão cansados, avançam sob um calor sufocante, estão desejosos por chegar e têm um dos seus ferido. Avizinham-se também as festividades, para matar por umas horas a saudade e iludir a tristeza de estar longe, da guerra. Contam que terão uma noite em paz, sem tiros, dado o costume da trégua tácita em noite e dia de Natal. Mas não será uma noite tranquila.

Produção TAGV
Preço normal 4,50€
Preço estudante e sénior 3,50€

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