terça-feira, 17 de abril de 2007

Livro Guia sobre fado escrito por espanhois


Um livro-guia sobre o fado, escrito por três espanhóis e destinado ao público espanhol, intitulado "El fado, desde Lisboa a la vida", foi ontem apresentado, no Museu do Fado, em Lisboa.
Com a chancela de uma editora portuguesa, a DG Edições, o livro, segundo um dos autores, Miguel Ángel Fernández Fernández, "propõe uma perspectiva sobre a história do fado, reflecte o momento actual, quer no que se passa em Lisboa, quer a sua projecção internacional".


Além de Miguel Fernández, crítico musical e funcionário da Câmara de Gijón, os outros dois autores são Ángel Garcia Prieto, psicólogo, já com dois títulos publicados, e Carmen Brañanova, música que integra, entre outros, os agrupamentos Sonatina Gijonesa e o Grupo Gijón de Pulso e Pua.
"Apaixonados pelo fado, decidimos dar a conhecer melhor aos nossos compatriotas, em primeiro lugar, este estilo musical que se reveste de grande intimismo mas também reflecte uma vivência urbana, sendo por isso universal", disse Miguel Ángel Fernández.
"É uma espécie de 'livro-guia', reflectindo a nossa própria visão", acrescentou.
Segundo Fernández, "há cada vez maior interesse, em Espanha, pelo fado" e sinal disso é o facto "de as emissoras de rádio passarem mais fados na sua programação".


O livro resulta "da nossa paixão e das várias visitas que fazemos à capital portuguesa", disse.
"Nessas visitas - assinalou - ouvimos e confraternizamos muito com fadistas, apreciadores, músicos e estudiosos, em diferentes casas de fado, e até locais onde o fado acontece".
A este grupo de autores juntou-se a fotógrafa Natacha Larchier, que desde há vários anos tem fotografado Portugal.


"El fado, desde Lisboa a la vida" divide-se em quatro partes: a história do fado e sua evolução, as suas relações com Lisboa e a literatura, os instrumentos de fado - seus executantes e fabricantes -e ainda a projecção internacional que tem.
No referente aos instrumentos de fado, a viola e a guitarra portuguesa por essência, os autores fazem a sua história e referem diferentes executantes actuais e também os fabricantes como Gilberto Grácio.


Relativamente à evolução do fado, Miguel Ángel Fernández, salientou o papel de Amália Rodrigues, que "representa o século XX e que o elevou ao mais alto grau como arte".
A criadora de "Foi Deus" é, na sua avaliação, "um cânone para agora e para o futuro, tendo conseguido cativar as plateias estrangeiras".


Para Fernández, "Amália foi essencial para o patamar em que se encontra actualmente o fado, que tem, aliás, muito caminho pela frente".
O autor considera ainda que o "futuro do fado, como canção cativante de plateias, está assegurado dado que é apaixonante, vive da entrega sincera dos seus intérpretes".

Agência Lusa

Sem comentários: