quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ciclo de Conferências começa sexta Feira em Braga




Oitavo ciclo de conferências começa sexta-feira (10)e aborda o tema da espiritualidade

FUNDAÇÃO BRACARA AUGUSTA

DEBATE DESAFIOS DO SÉCULO XXI


A Fundação Cultural Bracara Augusta inicia sexta-feira (10) o seu oitavo ciclo de conferências sobre o tema “Globalização: Desafios para o Século XXI”, desta feita com uma palestra dedicada a “Uma espiritualidade para o século XXI”.

Tendo José Manuel Pureza, Teresa Martinho Toldy e Alfredo Dinis como convidados, esta palestra, de acesso livre, acontece às 21h30, na Biblioteca Craveiro da Silva.

«É propósito desta conferência discutir como conciliar o excessivo racionalismo das sociedades modernas e um certo vazio ideológico com um fascínio crescente pela religião, que, muitas vezes, se manifestam por fundamentalismos religiosos e outros movimentos religiosos de cariz integrista», justifica a Presidente da Fundação Bracara Augusta, Céu Sousa Fernandes.

José Manuel Pureza é professor associado em Relações Internacionais na Faculdade de Economia de Coimbra, investigador do Centro de Estudos Sociais, onde coordena o Núcleo de Estudos para a Paz.

Teresa Martinho Toldy é professora associada da Universidade Fernando Pessoa, doutorada em Teologia pela “Philosophisch-Theologische Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt/Main, com a tese “Deus e a Palavra de Deus na Teologia feminista. Balanço e questionamento”.

Alfredo Dinis, a quem cabe a função de moderador, é professor e Director da Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica Portuguesa.

PRÓXIMAS CONFERÊNCIAS

Depois de “Uma espiritualidade para o século XXI”, este oitavo ciclo tem agendada nova conferência para 17 de Outubro (21h30), subordinada ao tema “Século XXI - Sociedade de Riscos?”.

Estão convidados Alexandre Quintanilha, Eduarda Barros Gonçalves e Eduardo Madureira Lopes.

“Enfrentar as infecções num mundo globalizado” é o tema para a conversa de 14 de Novembro, em que intervêm Henrique Barros e Henrique Botelho.


Maria do Céu Sousa Fernandes lembra que, «em cada época histórica, as sociedades são confrontadas com novos problemas e novos desafios» e que, como tal, após o optimismo trazido pela revolução industrial e tecnológica, com o consequente avanço na produção industrial e agrícola e na cura de doenças, surgiram períodos de menor optimismo, causados pelas duas grandes guerras mundiais, nomeadamente a segunda, mais global e também mais mortífera, dado o espantoso desenvolvimento tecnológico militar».

No entanto – escreve no intróito ao programa deste ciclo –, o contínuo progresso científico e tecnológico e o crescimento económico da última metade do século XX faziam prever um futuro novo e admirável, que, todavia, não é o panorama do mundo de hoje.

«Há ameaças de riscos globais que ultrapassam as fronteiras nacionais e geram um clima de receios e insegurança, de que são exemplo o aquecimento global e outros riscos ecológicos, os fundamentalismos religiosos, a imigração, as pandemias como a sida e outras», refere, sublinhando , em particular, as preocupações ecológicas, que têm originado muitas críticas ao progresso moderno.

Perante esta situação de catástrofes ambientais e de saúde pública e de integrismos religiosos, como pode a sociedade do nosso tempo lidar com os riscos – pergunta, retoricamente, a Presidente da Fundação Bracara Augusta, citando Ulrich Beck, que em 1986 definiu assim os risco nas sociedade modernas: «o risco pode ser definido como uma forma de lidar com o acaso e a insegurança induzidos e introduzidos pela própria modernidade».

Em função destes cenários – diz Sousa Fernandes – algumas interrogações podem ser colocadas, designadamente «qual a responsabilidade dos políticos, dos cidadãos, da denominada sociedade civil, na gestão dos riscos? Como conciliar o excessivo racionalismo das sociedades modernas e um certo vazio ideológico com o fascínio crescente pela religião, que, muitas vezes, se manifestam por fundamentalismos religiosos e outros movimentos de cariz integrista? Devemos abandonar a nossa crença e esperança na modernidade e nos seus benefícios e aclamar um cartaz exibido no Forum Social de Mumbai, em 2004, que proclamava “As pessoas não querem o desenvolvimento; querem apenas viver”?».

Estas são as interrogações de hoje que a discussão proposta neste oitavo ciclo de conferências da Fundação Cultural Bracara Augusta pretende abordar.

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