sexta-feira, 25 de julho de 2008

O Fado está de Luto!


MORREU FERNANDA BATISTA



Fernanda Baptista, criadora de êxitos como «Fado da carta», faleceu hoje ao princípio da madrugada, no hospital de Cascais, onde se encontrava internada, informou à Lusa um familiar.


Além do «Fado da carta» (João Nobre/Amadeu do Vale) a fadista criou vários outros êxitos e foi primeira figura de várias operetas e revistas, entre elas «Chuva de mulheres» e «Fonte luminosa».

A sua estreia na revista deu-se em 1945, em «Banhos de sol», a convite do compositor e maestro João Nobre, mas já anteriormente integrara o cartaz do Café Luso, a convite de Filipe Pinto, no início da década de 1940.

O êxito alcançado levou-a a deixar a profissão de costureira que exercia.

Ao longo de mais de 65 anos de carreira artística, a fadista e actriz actuou em cerca de 50 revistas e operetas, gravou centenas de discos e realizou várias digressões, tendo actuado nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Angola.

«Saudades de Júlia Mendes», «Fui ao baile», «Trapeiras de Lisboa», «Pedrinha da rua», «Fado toureiro» ou «Fado das sombras» foram alguns dos seus êxitos.

A sua última presença em palco foi no musical «Canção de Lisboa» de Filipe la Féria, em 2005.


Fernanda Baptista nasceu em 1920. Já aos dez anos de idade, a sua paixão pelo teatro era bem visível, a jovem Fernanda adorava mascarar-se e entrava já em peças infantis.

Tem a profissão de modista, que abandona, para se dedicar ao Fado.

Estreou no Café Luso, pela mão de Filipe Pinto, no início dos anos quarenta, onde logo teve um êxitto assinalável.

A sua estreia profissional no Teatro de Revista, ocorreu em 1945, na sequência de um convite do maestro João Nobre para participar na revista "Banhos de Sol", substituindo Leónia Mendes. Foi apenas a primeira de mais de trinta revistas em que participou.

Um dos seus maiores sucessos foi em 1969 na revista “Ena Pá Já Fala” com o fado Saudades da Júlia Mendes.

Teve no entanto outros grandes êxitos como o "O fado está-lhe nas veias", "Ai, ai, Lisboa", "Fado para esta noite", "Trapeiras de Lisboa", "Fui ao baile", "Fado das sombras", "Um fado para Stuart" e "Fado da carta", etc.

A sua gravação mais recente é de 1981, "Meus amigos, isto é fado", um êxito seu na revista "Dentadinhas na maçã" no Teatro Laura Alves, em Lisboa, em 1974.

Actuou também no Brasil, em Angola e na Argentina e, em 1968, viajou até aos Estados Unidos. Ao longo de 56 anos de palcos, Fernanda Baptista participou em mais de 45 espectáculos de revista e opereta.

Integou o elenco, do musical de Filipe la Feria "A Canção de Lisboa".

Em 2003 o Presidente da República condecorou-a com a Ordem de Mérito.



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