quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tipografia Camões comemora 100 anos de existência



Tipografia Camões comemora 100 anos de existência
em prol da cultura


Na véspera do Dia de Camões, a Tipografia Camões acolheu a sessão de lançamento da obra Póvoa de Varzim: Monografia e Materiais para a sua História no âmbito das comemorações do centenário da sua fundação.
O livro resulta do desejo de António Baptista de Lima homenagear o seu avô, fundador da tipografia, e compilar edições da sua autoria numa reedição que integra a Colecção Na Linha do Horizonte - Biblioteca Poveira.

O volume, reúne, em edição fac-similada, duas obras há muito esgotadas – a Monografia da Póvoa de Varzim, de 1939, e os nove números da revista “Póvoa de Varzim – Materiais para a sua monografia histórica”, de 1953-54 de João Baptista de Lima e ainda um estudo da autoria de João Francisco Marques "Evocação da vida e obra de João Baptista de Lima".

Responsável pela apresentação do livro, este último prestou uma homenagem a João Baptista de Lima dando a conhecer parte da vida e obra do homem que legou à Póvoa a Tipografia Camões.

Recordando a sua passagem por diversas profissões, nomeadamente barbeiro, funcionário municipal, publicista, jornalista, tipógrafo e escritor, João Marques defendeu que a fundação, em 1908, da Tipografia Camões proporcionou a João Baptista de Lima “a liberdade e o suporte logístico para se lançar em mais largos voos”.

O professor lembrou ainda o carácter polémico do tipógrafo “possuidor de um estilo correntio, que redigia com facilidade, sabendo ajustar-se às circunstâncias que deparava” e recordou, a título de exemplo, as escaramuças linguísticas que trocou com o professor Fernando Barbosa.

“Testemunho de um bairrismo generoso e combativo, o tipógrafo-publicista João Baptista de Lima vestia-lhe a pele nas variadas circunstâncias do quotidiano local, defendendo valores e causas culturais e humanitárias numa solidariedade emocional de que a imprensa era palco privilegiado”, adiantou João Marques na sapiente exposição de apresentação da obra e do autor.

Do avô, António Baptista de Lima ainda questiona a pluralidade de ofícios, “homem de letras, de tertúlias, livros e jornais, acima de tudo, um homem do fazer”, preocupado com o que se passava à sua volta.
Relembrou as estratégias usadas pelo avô para fugir à censura, na época da ditadura, dado o controlo que o poder político instituído exercia sobre as obras impressas na Tipografia. Reconhecendo que a Tipografia Camões é a obra de um homem mantida por várias gerações, António Baptista de Lima assumiu a responsabilidade de a manter viva e garantir a sua continuidade nos tempos, com trabalho e dedicação.


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