Um testemunho de vida na RTP com Judite de Sousa
Hoje pelas 21h, Judite de Sousa entrevista Salvador Mendes de Almeida.
O que fazer agora da minha vida?
Um testemunho de esperança de um jovem tetraplégico
Salvador Mendes de Almeida sofreu um acidente de moto em 1998 que o deixou tetraplégico. Tinha, apenas, 16 anos.
Salvador Mendes de Almeida sofreu um acidente de moto em 1998 que o deixou tetraplégico. Tinha, apenas, 16 anos.
Desde então, a sua vida tem sido um exemplo de coragem.
Criou uma Associação de solidariedade, Associação Salvador e agora escreveu um livro a que chamou “Salvador...Ser feliz assim”.
Criou uma Associação de solidariedade, Associação Salvador e agora escreveu um livro a que chamou “Salvador...Ser feliz assim”.
Uma experiência vivida na primeira pessoa
No dia 2 de Agosto de 1998, sofri um acidente de mota que me deixou tetraplégico.
Na altura do acidente, estava de férias de Verão, no Algarve.
Era madrugada, quando resolvi sair da discoteca, estava cansado, devido ao ritmo acelerado das férias de Verão. Deitava-me todos os dias muito tarde, passava as manhãs na praia e no final da tarde ia jogar futebol com os meus amigos.
Na altura do acidente, estava de férias de Verão, no Algarve.
Era madrugada, quando resolvi sair da discoteca, estava cansado, devido ao ritmo acelerado das férias de Verão. Deitava-me todos os dias muito tarde, passava as manhãs na praia e no final da tarde ia jogar futebol com os meus amigos.
A noite era obviamente o culminar de um belo dia de verão.
Nessa noite, regressava a casa ao volante da mota da minha irmã, uma Yamaha BW’S de 50cc que não passava dos 45 quilómetros por hora.
Adormeci numa das rotundas da Quinta do Lago e embati contra um Placard de publicidade.
Porque razão é que adormeci?
Porque razão é que adormeci?
Porque para além do cansaço inerente ao ritmo das férias, bebi álcool e isso contribuiu para aumentar o meu estado de cansaço e distracção.
Após o acidente, seguiu-se um período em que fui permanentemente sujeito a exames médicos, hospitais e intervenções cirúrgicas.
Foi-me diagnosticada uma lesão medular a nível C – 3, C – 4, o que significava que doravante eu seria um tetraplégico.
O primeiro confronto com a realidade foi muito dura.
A minha família viveu comigo todos aqueles momentos, de sofrimento, de pânico e angústia. Foi e é a minha família que me fortalece até hoje.
Felizmente, possuía os apoios quer a nível afectivo, quer económico, que me permitiam enfrentar esta nova fase da minha vida com algum conforto e segurança.
A minha família viveu comigo todos aqueles momentos, de sofrimento, de pânico e angústia. Foi e é a minha família que me fortalece até hoje.
Felizmente, possuía os apoios quer a nível afectivo, quer económico, que me permitiam enfrentar esta nova fase da minha vida com algum conforto e segurança.
Com o decorrer do tempo interrogava-me, “como é que era possível um jovem de 16 anos que praticava Jet Ski quase todos os fins-de-semana, jogava rugby, futebol e fazia equitação todos dias, ficar dependente de outros para quase todas as acções de um dia-a-dia normal?”
“Como conseguiria aceitar a condição de tetraplégico”?
À medida que constatava a realidade da minha situação de dependência física absoluta, também me começava a questionar:
O que fazer agora da minha vida?
Qual o meu futuro daqui por diante?
O que poderei fazer face a esta situação?
As respostas foram surgindo aos poucos.
Na vida cada «coisa» tem o seu tempo certo, nós só temos de ter a exacta percepção da maturidade do tempo para realizarmos os nossos objectivos.
Ordenei a minha vida por prioridades:
Empenhei-me na fisioterapia, para recuperar o maior número de movimentos, disciplina que mantenho até hoje.
Empenhei-me na fisioterapia, para recuperar o maior número de movimentos, disciplina que mantenho até hoje.
A fisioterapia ordenada mantém os meus órgãos mais activos, incrementando a minha qualidade de vida.
Prossegui com os meus estudos com muito empenho.
Entendi que teria de tentar levar uma vida o mais próxima possível da normalidade.
E foi assim, que fui conseguindo encontrar o equilíbrio necessário para continuar a minha caminhada ascendente.
À medida que me ia reencontrando, fui descobrindo que tinha possibilidade de fazer algo que me fizesse sentir mais útil e realizado e simultaneamente ajudar os outros.
Prossegui com os meus estudos com muito empenho.
Entendi que teria de tentar levar uma vida o mais próxima possível da normalidade.
E foi assim, que fui conseguindo encontrar o equilíbrio necessário para continuar a minha caminhada ascendente.
À medida que me ia reencontrando, fui descobrindo que tinha possibilidade de fazer algo que me fizesse sentir mais útil e realizado e simultaneamente ajudar os outros.
Foi assim, que, a 23 de Novembro 2004, criei a Associação Salvador, com a missão de lutar e zelar pelos direitos e interesses das pessoas com deficiência.
Salvador Mendes de Almeida na Grande Entrevista, hoje após o Telejornal.
Salvador Mendes de Almeida na Grande Entrevista, hoje após o Telejornal.
Sem comentários:
Enviar um comentário