" Boneca" estreia hoje no D.Maria II
“Boneca”
Estreia hoje " Boneca", o espectáculo que o encenador Nuno Cardoso assina a partir da peça “Uma Casa de Bonecas”, de Henrik Ibsen, e que fará carreira em Lisboa entre 15 de Novembro e 16 de Dezembro.
Trata-se de um clássico da dramaturgia mundial que causou polémica no século XIX, pois coloca em cena uma mulher, Nora, que, para conseguir realizar-se como pessoa, terá de abandonar a família.
Trata-se de um clássico da dramaturgia mundial que causou polémica no século XIX, pois coloca em cena uma mulher, Nora, que, para conseguir realizar-se como pessoa, terá de abandonar a família.
Quando Nora percebe que o marido não a considera como um indivíduo completo, decide partir e encontrar o seu próprio lugar no mundo.
No palco do TNDM II, a personagem será interpretada pela actriz Ana Brandão.
SINOPSE
SINOPSE
Nunca lhe falou do empréstimo que secretamente foi pagando com o que poupara.
Quando é nomeado director do Banco Comercial, a primeira medida do seu marido, Torvald, é despedir um homem cuja reputação tinha sido desgraçada por forjar a assinatura de um documento.
Este homem, Nils Krogstad, é a pessoa a quem Nora pediu o dinheiro emprestado.
Nora também forjou a assinatura do seu pai para conseguir obter o dinheiro.
Para defender o emprego, Krogstad ameaça revelar o crime de Nora e assim, destruir a vida do casal.
Nora tenta influenciar o marido, mas para ele Nora é uma criança que não compreende decisões de negócios.
Desesperada, Nora prepara-se para a descoberta da verdade pelo marido.
A peça estará em cena:
Sala Estúdio TNDM II – Lisboa 15 Nov a 16 Dez 2007
Theatro Circo Braga 11 e 12 Jan 2008
THSC Porto 7 a 16 Fev 2008
NUNO CARDOSO
Encenador
Encenar é inútil.
No meio do bulício da sala de ensaios esquecemo-nos do primeiro porquê. A presunção esbate-se no corpo dos actores e a inocência na vertigem do tempo que se some. A persuasão é a outra face da dúvida.
Encenar é inútil.
Ninguém encena ninguém a não ser a si próprio. As palavras que ocupam o vazio entre momentos em que os actores dão a sua Voz ao texto – o antes, o depois, o entretanto – são mais a impotência do dizer do que a capacidade para tal. As sombras não são de carne e osso.
FERNANDO VILLAS-BOAS
Tradutor
O teatro não busca “abordar problemas”, como se diz na indústria da divulgação e da publicidade, mas busca personagens – pela mesma razão porque não é feito para jornalistas ou sociólogos, mas para seres humanos curiosos com dificuldades e paixões muito diferentes.
O palco não é uma mesa redonda e a peça não é uma conferência animada. A pergunta que fazemos a quem está no palco é: “quem és, o que queres?”, e não “que assunto te traz aqui?”.
De outro modo, Ibsen não teria tocado públicos tão diferentes como fez nos últimos anos na Suécia e no Paquistão (no primeiro caso pela mão de Ingmar Bergman).
O retrato do casamento que está em cena em Uma Casa de Bonecas já sobreviveu a muitas reformas legais e já serviu muito debate político. Já viu correr pelos lares educados o lema rimado em francês: “Il est défendu de discuter La Maison de Poupées”. Porém, apesar das mudanças de cenário que ajudou a provocar, digamos assim, o texto continua a dar vida a figuras que nos intrigam e valem uma noite de atenção.
A mim intrigam-me as falas (ou os gestos, e cada produção encontrará os seus) que saem do quadro e são capazes de assombrar o nosso quotidiano individual. Quando Nora diz a Helmer: “...Não julgues que me vais salvar”. Que estranha ansiedade a move, num momento de rápida mudança da relação dos dois. E quando Rank, vindo da festa, no serão do próprio dia em que sabe quando irá morrer, diz: “O vinho era inacreditável...”. Que alegria aquela.
De outro modo, Ibsen não teria tocado públicos tão diferentes como fez nos últimos anos na Suécia e no Paquistão (no primeiro caso pela mão de Ingmar Bergman).
O retrato do casamento que está em cena em Uma Casa de Bonecas já sobreviveu a muitas reformas legais e já serviu muito debate político. Já viu correr pelos lares educados o lema rimado em francês: “Il est défendu de discuter La Maison de Poupées”. Porém, apesar das mudanças de cenário que ajudou a provocar, digamos assim, o texto continua a dar vida a figuras que nos intrigam e valem uma noite de atenção.
A mim intrigam-me as falas (ou os gestos, e cada produção encontrará os seus) que saem do quadro e são capazes de assombrar o nosso quotidiano individual. Quando Nora diz a Helmer: “...Não julgues que me vais salvar”. Que estranha ansiedade a move, num momento de rápida mudança da relação dos dois. E quando Rank, vindo da festa, no serão do próprio dia em que sabe quando irá morrer, diz: “O vinho era inacreditável...”. Que alegria aquela.
HENRIK IBSEN
Biografia
Depois de falhar o acesso à carreira médica, conseguiu emprego como director de cena e dramaturgo residente do Teatro da Noruega de Bergen.
Escreveu dramas em verso dedicados à história e às lendas do seu país, que não foram bem recebidos. Entre 1857 e 1862, ano em que o teatro foi à falência, Ibsen trabalhou no Teatro da Noruega de Christiania (hoje Oslo).
Nesse ano, a publicação de A Comédia do Amor, uma sátira do casamento, permite-lhe a profissionalização como escritor.
Viveu no estrangeiro durante vinte e sete anos, especialmente na Alemanha e na Itália, graças a subsídios do Estado e de mecenas privados.
Viveu no estrangeiro durante vinte e sete anos, especialmente na Alemanha e na Itália, graças a subsídios do Estado e de mecenas privados.
A sua primeira grande fase criativa incluiu os dramas em verso Brand (1866) Peer Gynt (1867).
A segunda fase criativa trouxe os seus dramas ditos “sociais”, como Uma Casa de Bonecas (1879), Fantasmas (1881), O Ganso Selvagem (1881), e Hedda Gabler (1890).
A segunda fase criativa trouxe os seus dramas ditos “sociais”, como Uma Casa de Bonecas (1879), Fantasmas (1881), O Ganso Selvagem (1881), e Hedda Gabler (1890).
As protagonistas da primeira e última peças desta série provocaram grande comoção pública. Mas o escândalo inicial da recepção destas peças foi-se transformando em reconhecimento artístico e até efeito político.
Muitas das peças do final da sua carreira são dramas carregados de simbolismo (O Mestre Construtor, 1892; O Pequeno Eyolf, 1894; Quando Nós Os Mortos Acordamos, 1899).
Muitas das peças do final da sua carreira são dramas carregados de simbolismo (O Mestre Construtor, 1892; O Pequeno Eyolf, 1894; Quando Nós Os Mortos Acordamos, 1899).
Mas Ibsen não deixou de procurar um estilo mais falado e doméstico, como no drama John Gabriel Borkman, de 1896.
Em vida, Ibsen teve de lidar com muitas reacções negativas da crítica e das plateias, mas também assistiu ao surgimento de um público à medida da sua exigência.
Em vida, Ibsen teve de lidar com muitas reacções negativas da crítica e das plateias, mas também assistiu ao surgimento de um público à medida da sua exigência.
Alcançou também a admiração de colegas de profissão como George Bernard Shaw e Oscar Wilde.
Wilde viu em Hedda Gabler a mesma capacidade de comover e a mesma dignidade de um drama grego.
Ibsen faleceu a 23 de Maio de 1906, ao fim de cinco anos de doença prolongada.
Ficha Técnica
Ibsen faleceu a 23 de Maio de 1906, ao fim de cinco anos de doença prolongada.
Ficha Técnica
Encenação NUNO CARDOSO
Tradução FERNANDO VILLAS-BOAS
Assistência de Encenação PAULA GARCIA
Design Luz JOSÉ ÁLVARO CORREIA
Cenografia FERNANDO RIBEIRO
Figurinos STORYTAILORS
Sonoplastia RUI DÂMASO
Apoio ao Movimento MARTA SILVA
Com
Tradução FERNANDO VILLAS-BOAS
Assistência de Encenação PAULA GARCIA
Design Luz JOSÉ ÁLVARO CORREIA
Cenografia FERNANDO RIBEIRO
Figurinos STORYTAILORS
Sonoplastia RUI DÂMASO
Apoio ao Movimento MARTA SILVA
Com
ANA BRANDÃO
FLÁVIA GUSMÃO
JOSÉ NEVES
LÚCIA MARIA
PETER MICHAEL
SÉRGIO PRAIA
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