sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Aurore de Sousa expõe em Braga

AURORE DE SOUSA MOSTRA “L’ OMBRE NUE”
NO MUSEU DA IMAGEM - BRAGA



O Museu da Imagem, em Braga, inaugura hoje (sexta-feira, 17 de Agosto, 18h00) a exposição de fotografia “L’ Ombre Nue”, de Aurore de Sousa.

Aurore de Sousa nasceu em Portugal, realizou estudos na Escola Superior de Arte em Grenoble, onde vive e trabalha.
Em 1990 decidiu dedicar-se à fotografia, obtendo então uma bolsa de estudos na sequência das séries intituladas “Corpos” e “Retratos Femininos”.
Posteriormente, realizou um trabalho em torno da caminhada e da paisagem que com ela se articula, com duas séries intituladas “Itinerâncias”, em que cada uma explora a paisagem em setenta dias de caminhada pela travessia dos Alpes de este a oeste, de Bad Ischl, na Áustria, até Chamonix, em França.
Sobre a sua obra, diz o historiador Jean-Claude Lemagny que ela «respeita ao próprio coração da fotografia»: «desde objectos que são quotidianamente apagados do nosso olhar distraído; sombras e reflexos que transitam, não pelo seu movimento, mas por movimentos errantes dos nossos olhos».
Aurore de Sousa – afirma o antigo conservador do Departamento de Gravuras e de Fotografia da Biblioteca Nacional de França – apoia-se precisamente nessas «falhas de atenção» para as fazer emergir até à nossa consciência visual.
«Através da fotografia, ele confere corpo e objectividade às imprecisões do quotidiano; através desta tensão, o tempo torna-se oco e o passado sobressai; um além aflora; aprendemos que o mundo não está apenas ali, prosaico, seco e duro, mas que treme em toda a sua profundidade», sublinha.
No texto de apresentação que subscreve para esta mostra, Jean-Claude Lemagny recorda que o registo fotográfico constitui um acontecimento duro, preciso, sem defeito: «algo em particular é captado num instante concreto que não voltará jamais; nada antes, nada depois; o acontecimento na sua nudez, antes de qualquer interpretação, antes do pensamento».
Precisamente porque «se trata, de cada vez, dum caso único, duma pura aparência, o nosso olhar e o nosso espírito ficam fascinados» – diz – algumas dessas imagens não são totalmente inocentes: «são o resultado duma escolha feita por um autor, a escolha de um ângulo, duma luz, duma distância», embora todas essas escolhas «não possam apagar a presença de qualquer coisa que aconteceu e da nossa opinião».
Para o Director do Museu da Imagem, Rui Prata, o percurso artístico de Aurore de Sousa pode-se descrever como «um convite a explorar a nossa maneira de olhar o mundo visível – e a tradução sensível que aí fazemos através da fotografia – e uma construção de sensações que nos transforma sem cessar, na nossa relação com o mundo».
Aurore de Sousa apresentou já a sua obra em várias cidades francesas (Grenoble, Lyon, St Etienne, Arles, Bastia, Paris) e nalgumas localidade de Portugal e do Canadá.
“L’ Ombre Nue” pode ser apreciada até 23 de Setembro no Museu da Imagem (ao Arco da Porta Nova), de terça a sexta-feira (11h00/19h00) e aos sábados e domingos (14h30/18h00).

Sem comentários: