segunda-feira, 13 de outubro de 2008

António Calvário fala do seu novo trabalho


Dissemos há tempos que António Calvário era um Senhor da nossa música ligeira que se mostrou sempre à altura das circunstâncias apesar de muitas contrariedades e se hoje se fala de clubes de fãs que se saiba o que eram fãs quando o Sr. Calvário andava por perto, histórias há que até a roupa lhe rasgaram! Desta notícia regista-se a declaração de MacDonald: Calvário "é um ícone da cultura pop que, injustamente, tal como outros, foi remetido no universo do nacional-cançonetismo".Vale sempre ouvir António Calvário!


O duplo CD “O melhor de António Calvário”, já editado, reúne temas dos "anos de ouro", os anos 60, do cantor, que está a celebrar 50 anos de carreira, entre eles, "Regresso" e "Oração".
"São temas da década de 1960, que corresponde aos anos de ouro e que foi o arranque da minha carreira. Era a coqueluche e estava em voga", disse à Lusa António Calvário.
O duplo CD, editado pela Valentim de Carvalho/IPlay, reúne 40 canções, algumas em duo com nomes como Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, Maria de Lourdes Resende ou Maria Fernanda Soares.
Outras canções são versões de temas estrangeiros como "The rain in Spain", do filme "My fair lady".
"As versões eram garantia de sucesso e muitas vezes fazíamo-las antes de chegarem a Portugal, até para abrir mercado à versão estrangeira", explicou o cantor.
O duplo CD inclui canções de 1960, como "Regresso", de que se inclui a primeira versão gravada com o conjunto de Sivuca, até 1966.
"Esta canção, ‘Regresso’, marcou-me, porque a apresentei num festival da canção da Emissora Nacional e foi um sucesso, tendo-me dado a conhecer ao país inteiro", disse o cantor.
De 1966 o álbum tem canções como “Sou ribatejano” (Jerónimo Bragança/Nóbrega e Sousa) e “Namorados de Domingo” (Francisco Nicholson/Eugénio Pepe).
João Macdonald, que assina o texto que acompanha o duplo CD, referiu à Lusa que a actual edição "esgota o que existe em arquivo de Calvário, na Valentim de Carvalho, relativamente a esta época (1960-1966), tudo gravado pelo Hugo Ribeiro, trazendo para digital pela primeira vez um grande número de temas".
Para Macdonald, Calvário "é um ícone da cultura pop que, injustamente, tal como outros, foi remetido no universo do nacional-cançonetismo".
À Lusa, Calvário definiu-se como um "cantor recreativo" e considerou "sem propósito e maldosa" a qualificação de "nacional-cançonetista".
"Canto em português, sou cançonetista e sou nacional, mais nada, e daí?", interrogou.
Macdonald e Calvário partilham a opinião de que é essencial conhecer o que existiu e dar a conhecer às gerações mais novas os êxitos pop da música portuguesa "de ontem".
António Calvário foi eleito entre 1962 e 1972 cinco vezes Rei da Rádio, título que ainda detém, recordou à Lusa, "pois não voltou a acontecer tal eleição", além de ter sido eleito Rei da TV.
Esta edição discográfica surge a partir da selecção de 34 EP gravados pelo cantor numa altura em que "fazia literalmente parar o trânsito", segundo Macdonald.
"O melhor de António Calvário" integra-se nas comemorações dos seus 50 anos de carreira artística, no âmbito das quais editou em Junho um CD com inéditos, uma autobiografia e realizará dia 25 de Outubro um espectáculo no Teatro Lethes, em Faro.
Hardmusica/Lusa

Sem comentários: