quinta-feira, 12 de junho de 2008

Equador a filmar em Alcochete



Miguel Sousa Tavares interpreta Conde de Mafra na caçada real para série televisiva
As filmagens da série televisiva Equador, baseada no, seu, romance homónimo, estão hoje a decorrer numa herdade em Alcochete com a participação especial do escritor como Conde de Mafra na recriação de uma caçada real

A série, produzida pela TVI, começou a ser rodada em Maio na Índia, prossegue agora filmagens em Portugal - Mafra, Vila Viçosa e Lisboa - e continuará em Julho no Brasil, nos estados do Rio de Janeiro e Salvador da Baía, onde serão gravadas cenas que no livro decorrem em São Tomé e Príncipe.
Nas gravações que decorreram hoje na Herdade Barroca D´Alva, na zona de Alcochete, além do elenco da série previsto para a caçada real - o actor João Ricardo (Rei D. Carlos), Vítor de Sousa (Charters de Azevedo) e Almeno Gonçalves (Conde de Sabugosa), entre outros - contou com a participação do autor do romance e de outros convidados da TVI.
Manhã cedo, a produção, elenco e figurantes instalaram-se na herdade, junto a uma lago, onde, os adereços nos fazem recuar a 1905. Também podem ver-se os animais mortos na caçada, algumas dezenas de réplicas perfeitas de lebres e perdizes apanhadas pelo Rei D. Carlos e amigos, que na cena se preparam para almoçar à sombra das oliveiras.
Monteiro Coelho, director do gabinete de comunicação da TVI, que hoje também tem uma participação especial na cena da caçada real, como Marquês-Barão de Alvito, disse aos jornalistas que Miguel Sousa Tavares tem acompanhado as gravações da série desde o início «para que decorram o mais possível dentro do espírito do romance», publicado em 2003, que já vendeu mais de 250 mil exemplares.
O elenco total da série televisiva Equador conta com cerca de 110 actores, entre eles Nicolau Breyner, Alexandra Lencastre, Rui de Carvalho, e Pedro Granger, e uma equipa técnica que ronda as 80 pessoas.
No livro, o protagonista vai para São Tomé e Príncipe em missão patriótica a pedido do Rei, e a partir daí troca a sua vida despreocupada na sociedade cosmopolita de Lisboa por uma vida de aventuras como governador que toma a defesa dos trabalhadores das roças entrando em conflitos de interesses com a metrópole.
Para as gravações de hoje deslocaram-se 12 actores à Herdade Barroca D ´Alva, onde foram reproduzidos o vestuário, cortes de cabelo, mobiliário e outros objectos da época.
«Silêncio! Acção!» são as palavras que captam a atenção de todos para o início da gravação das imagens que o público verá completas após Setembro, dando vida ao romance de Miguel Sousa Tavares e com a participação do próprio escritor, vestido a rigor para montar, com pêra e farto bigode, quase irreconhecível.
No final da primeira cena, a Agência Lusa tentou ouvir o autor sobre o decorrer das filmagens da caçada real, mas Miguel Sousa Tavares escusou-se a fazer comentários sobre a série.
A cena mostra o Rei D. Carlos rodeado pelo grupo de amigos caçadores, quando é interrompido por José da Matta (Manuel Moreira) e abandona o grupo devido a «assuntos urgentes de governação».
Actores, figurantes, técnicos e assistentes procuram seguir as indicações do responsável pelo projecto, André Cerqueira, mas os imprevistos acontecem: há aviões ruidosos a passar de vez em quando, e o Rei D. Carlos cai subitamente do seu belo cavalo branco, mas sem consequências dramáticas, e as gravações continuam.
De acordo com Sérgio Baptista, chefe de produção, as filmagens em Portugal vão prosseguir ainda em Lisboa, nomeadamente no Teatro Nacional de São Carlos e na Rua Garrett, que será fechada ao público propositadamente para fazer a série.

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