quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lembrar o Iraque em Música em Braga



MÚSICA PELO MÉDIO ORIENTE


CLÃ E JORGE PALMA RECEBEM NO THEATRO CIRCO
MÚSICOS TRADICIONAIS DO IRAQUE E DA PALESTINA

10 de Abril > 21h30 > 10€ >


Marwan Abado (Palestina), Wesam Avoub e Ehad Al-Azzawy (Iraque) juntam-se aos “Clã” e a Jorge Palma para – a 10 de Abril, 21h30 – evocarem no Theatro Circo os cinco anos que dura o conflito no Iraque.

Além da óbvia motivação deste concerto, ele dá continuidade à diversidade de culturas e nações que este mês se mostram na sala de espectáculos bracarense.
Com a designação de “Música pelo Médio-Oriente”, a iniciativa da “Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque” conta, assim, com a recepção no palco principal do Theatro Circo de alguns dos melhores músicos do mundo árabe, intérpretes de instrumentos como o “santur” ou o “ud”, por dois dos mais conceituados e reconhecidos nomes do panorama musical português, que se juntam num concerto que quer atrair as atenções para as consequências de cinco anos de invasão e ocupação territorial do Iraque.

Precisamente do Iraque – juntamente com o percussionista Ehad Al-Azzawy, que se destaca no domínio de instrumentos como a “darkuba”, “riqq” e “tar” – apresenta-se o mais reconhecido tocador de “santur” do Iraque, Wesam Ayub.
Elemento proeminente da chamada “Escola de Bagdade”, instituição cuja influência se propagou por todo o mundo árabe e que recuperou e desenvolveu a dupla linhagem musical, tradicional e erudita, dando origem a uma notável geração de músicos, Wesam Ayub reside actualmente na Holanda, onde assume igualmente funções como representante na Europa da “União dos Músicos Iraquianos”.
Considerado um longínquo ancestral do piano, o “santur” consiste num instrumento de cordas tendidas horizontalmente que são percutidas com dois finos martelinhos de madeira esculpida. Usado em várias culturas, o “santur” iraquiano difere daquele que predomina no Irão e na Grécia, apresentando mais possibilidades sonoras, mas exigindo sempre um grande virtuosismo no seu manejamento devido à especial delicadeza que o caracteriza.
Neste contexto vão igualmente ouvir-se os sons do “ud”, antepassado do alaúde, interpretado pelo também cantor e compositor palestiniano Marwan Abado.
Inspirado pela tradição árabe do “taq’sim”, Abado desenvolveu um reportório que não obedece a categorias rítmicas fixas, sendo, por outro lado orientado pelo impulso mais íntimo do intérprete.
Considerado um dos mais notáveis representantes contemporâneos da música palestiniana, Marwan Abado, que, nos seus temas inclui excertos de poesia árabe, nasceu em 1967 num campo de refugiados palestinianos em Beirute (Líbano) e encontra-se actualmente exilado em Viena (Áustria).

No papel de anfitriões em Braga, os portugueses “Clã” e Jorge Palma voltam a subir ao palco principal do Theatro Circo para apresentar alguns dos seus maiores êxitos e demonstrar a sua solidariedade com a causa aqui evocada.
Após um concerto esgotado em Novembro do ano passado, a banda da carismática Manuela Azevedo regressa à sala que os recebeu com grande entusiasmo para interpretar alguns dos seus temas mais emblemáticos, extraídos, inclusive, do ainda recente álbum “Cintura”.
Nome firmado na música portuguesa contemporânea, Jorge Palma, que, nesta iniciativa, assinala também o primeiro retorno à sala bracarense após a sua reabertura, traz ao palco principal alguns dos temas que compõem o novo projecto “Voo Nocturno”, e de que se destaca o “single” “Encosta-te a Mim”.
Protagonista de uma carreira iniciada em 1972, o autor e intérprete de alguns dos maiores sucessos da música portuguesa, designadamente, “Deixa-me Rir”, “Dá-me Lume” ou “Bairro do Amor”, conta já com mais de duas dezenas de álbuns editados e com um percurso marcado pelas parcerias estabelecidas com outros grandes nomes do contexto artístico nacional.
Constituído em 2003, na tradição do “Tribunal Russell para o Vietname”, o “Tribunal Mundial sobre o Iraque” (TMI), surge com o objectivo de alertar o mundo para as consequências da invasão deste país por uma Força Armada Multinacional.
Nacionalmente, a “Audiência Portuguesa” desta entidade – que tem apoiantes nos vários quadrantes da sociedade, destacando-se nomes como José Mário Branco, Maria João Pires, Fernando Rosas, Maria José Morgado, Paulo de Carvalho ou Rui Vieira Nery, entre muitos outros – tem por finalidade «analisar a implicação e responsabilidade do Estado Português, de entidades e de cidadãos portugueses no conflito iraquiano, formulando a acusação aos crimes cometidos».

Os ingressos, a 10 euros, estão disponíveis nas bilheteiras do Theatro Circo.

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