quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ópera "Das Märchen" transmissão em directo no TAGV

Teatro Académico de Gil Vicente
Coimbra
25 de Janeiro às 20h00
Das Märchen


DAS MÄRCHEN, Emmanuel Nunes
ÓPERA em um prólogo e dois actos (2002-2007)
LIBRETO de Emmanuel Nunes baseado no conto homónimo de J. W. von Goethe


De Emmanuel Nunes em estreia mundial no São Carlos e em transmissão em directo em 14 teatros de Norte a Sul do País e Ilhas
Direcção musical Peter Rundel Encenação Karoline Gruber Coreografia Amanda Miller Cenografia Roy Spahn Figurinos Mechthild Seipel Desenho de luz Hans Toelstede Realização informática musical – Ircam Eric Daubresse
Com a participação do Remix Ensemble, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Coro do Teatro Nacional de São Carlos (maestro titular Giovanni Andreoli)
Encomenda Teatro Nacional de São Carlos, Fundação Calouste Gulbenkian, Casa da Música Co-produção Teatro Nacional de São Carlos, Fundação Calouste Gulbenkian, Casa da Música, IRCAM-Centre Pompidou (Paris)Apoios RTP, Portugal Telecom
Duração: 3h50
Intervalo: 1h00
Entrada Gratuita


A primeira ópera de Emmanuel Nunes, Das Märchen, estreia mundialmente no São Carlos a 25 de Janeiro próximo. Escrita por um dos mais notáveis compositores do nosso tempo, esta ópera resulta da encomenda conjunta do Teatro Nacional de São Carlos, Fundação Calouste Gulbenkian e Casa da Música no contexto de uma co-produção sem precedentes com a Fundação Calouste Gulbenkian, a Casa da Música e o Ircam-Centre Pompidou (Paris).
Numa acção inédita em Portugal, DAS MÄRCHEN estreia em simultâneo, a 25 de Janeiro, em 14 teatros do País e Ilhas com transmissão em directo do São Carlos numa iniciativa com o apoio da RTP e da PT Multimédia.


Sinopse
Prólogo: A Imaginação
No Prólogo são declamadas dezasseis frases de Goethe – que não fazem parte do conto Das Märchen – relativas ao poder da imaginação, à sua capacidade de gerar obras de arte e ao modo como o faz, reflectindo ainda o carácter aberto e a significação potencialmente infinita do conto maravilhoso que se vai seguir.
Acto I O Jogo dos Elementos
Cena 1
Os Fogos-Fátuos
Quadro 1: O Barqueiro / A Errância
A história começa a meio da noite, na cabana do Barqueiro, na margem da Bela Lília. O Barqueiro é acordado pelos dois Fogos-Fátuos, que pretendem atravessar para a outra margem. Travessia do rio. Chegados à outra margem os Fogos-Fátuos abanam-se, largando muitas peças de ouro no fundo da barca. O Barqueiro, que não pode aceitar ouro como forma de pagamento, exige-lhes um tributo, sob a forma de frutos da terra (três repolhos, três alcachofras e três cebolas) e segue rio abaixo, para ir guardar o ouro num local seguro, ao abrigo das águas do rio.
Quadro 2: A Serpente
Numa região montanhosa o Barqueiro lança o ouro para o fundo de um precipício, entre altos penedos. A Serpente Verde, que dormia nesse abismo, acorda e engole avidamente as moedas de ouro, tornando-se transparente e luminescente. Sai do abismo à procura da origem do ouro e, depois de muito rastejar, encontra os Fogos-Fátuos junto a um canavial.
Quadro 3: O Ouro
Conversa dos Fogos-Fátuos e da Serpente Verde no canavial. A Serpente informa-os que a Bela Lília, que eles pretendem visitar, vive no outro lado do rio. Os Fogos-Fátuos, dando conta do engano em que incorreram, pretendem voltar à outra margem. Descrição das três maneiras de atravessar o rio. Os Fogos-Fátuos despedem-se.
Cena 2
Os Segredos da Terra
Quadro 1: Nos interstícios das rochas
A Serpente Verde, de novo sozinha, desce pelos interstícios das rochas ao templo subterrâneo. Visão do templo, das estátuas dos quatro reis e diálogo com o Rei de Ouro.
Quadro 2: O Homem com a Lâmpada
Aparição do Homem com a Lâmpada no templo subterrâneo, sendo questionado pelos quatro reis sobre o futuro de cada um deles. O Homem com a Lâmpada conhece três segredos, mas desconhece o quarto. A Serpente sibila-lhe algo ao ouvido, e o Homem com a Lâmpada grita com uma voz retumbante: «o tempo chegou». O templo subterrâneo ecoou e as estátuas de metal vibraram ressoando. A Serpente parte para Leste e o Homem com a Lâmpada para Oeste, atravessando sem resistência o maciço rochoso e dirigindo-se para a sua cabana, no sopé da montanha.
Cena 3
As duas Margens

Quadro 1: A Velha
Na cabana do Homem com a Lâmpada e da Velha. A Velha está transtornada. Durante a ausência do seu marido a Velha recebeu a visita dos Fogos-Fátuos, que ingeriram o ouro das paredes da cabana, lhe pediram que assumisse a dívida deles para com o Barqueiro, e provocaram a morte do cãozinho Mops. O Homem com a Lâmpada transmuta em ónix o cadáver do cão e, pelo efeito da sua lâmpada mágica, volta a cobrir de ouro as paredes da cabana. Seguindo as ordens do Homem com a Lâmpada a Velha põe-se a caminho, ao nascer do Sol do dia seguinte, para entregar os frutos da terra ao Barqueiro e oferecer o cãozinho à Bela Lília, para que ela o ressuscite e fique com ele.
[Paralelamente à acção principal: início da Canção da Manhã de Lília, no seu Palácio.]
Quadro 2: Os Frutos da Terra / O Gigante / O Rio
Caminhada lenta da Velha, com o cesto carregado à cabeça, em direcção ao rio. Encontro com a Sombra do Gigante, que lhe rouba um repolho, uma alcachofra e uma cebola. A Velha espera longamente o Barqueiro, que chega finalmente, trazendo o jovem Príncipe na sua barca. Diálogo da Velha com o Barqueiro, que só aceita o pagamento incompleto sob a condição de a Velha se comprometer pessoalmente a pagar o resto da dívida nas próximas vinte e quatro horas. Como sinal do seu compromisso a Velha tem de molhar a mão no rio. A mão sai das águas mais pequena do que antes e de cor preta. O Barqueiro deixa-a seguir caminho e a Velha, cujo cesto começa a levitar, inicia um diálogo com o jovem Príncipe.
[Paralelamente à acção principal: continuação da Canção da Manhã de
Lília.]
Quadro 3: A Velha e o Jovem
Diálogo da Velha com o Príncipe. Este, que se considera a si mesmo uma «sombra errante», também se dirige ao Palácio da Bela Lília pelo que decidem seguir juntos o resto do caminho em direcção à ponte do meio-dia.
[Paralelamente à acção principal: continuação da Canção da Manhã de
Lília.]
Quadro 4: A Travessia
Ao meio-dia a Velha, o jovem Príncipe e os Fogos-Fátuos (invisíveis) atravessam o rio sobre as costas da Serpente Verde, transformada temporariamente numa ponte feita de pedras preciosas. Agora todos se encontram na margem da Bela Lília – a Velha com o cão de ónix, o Príncipe, a Serpente Verde e os dois Fogos-Fátuos.
[Paralelamente à acção principal: fim da Canção da Manhã de Lília.]
Acto II As Metamorfoses
Cena 1
A Proscrição
Quadro 1: Lília
A Velha, o Príncipe e a Serpente Verde chegam ao jardim da Bela Lília.
Ouve-se a Canção da Manhã de Lília. Diálogo da Velha com a Bela Lília, no qual se fica a saber que o Canário de Lília morreu nessa manhã, depois de um Açor o ter assustado e do Canário se ter precipitado contra o peito de Lília. Lília tem a estranha capacidade de matar todos os seres vivos que toca, bem como de ressuscitar seres petrificados; além disso Lília retira as forças a todos aqueles que alcança com o seu olhar. Oferta do cão de ónix a Lília, que reconhece vários sinais premonitórios da chegada duma nova era, faltando porém o mais importante: o templo junto ao rio e a ponte estável.
Quadro 2: O Príncipe e Lília
A Serpente afirma que a profecia da ponte está cumprida, e que já viu o templo no interior da terra. Lília não reconhece a profecia como cumprida. A Velha e Lília trocam os animais (Canário e Mops). A Serpente repete as palavras «o tempo chegou». Lília ressuscita o cão Mops e brinca com ele.
O Príncipe, vendo o cão Mops ser beijado por Lília, decide morrer, precipitando-se nos seus braços. Morte do Príncipe.
Quadro 3: O Círculo
A Serpente Verde forma um círculo mágico à volta do cadáver do Príncipe, para evitar a sua decomposição. Lília está estarrecida, mas é ainda incapaz de chorar. As três damas de companhia tentam reconfortá-la. Lília vê a sua própria imagem reflectida num espelho e começa a chorar.
Cena 2
O Tempo
Quadro 1: O Perigo – A Ameaça
Aproxima-se o pôr-do-sol. A escuridão dará início à putrefacção do cadáver do Príncipe. A Velha parte à procura dos Fogos-Fátuos, para que estes possam ir à outra margem chamar o Homem com a Lâmpada, única pessoa que pode salvar o Príncipe e, com ele, todos os outros. Inquietação e ansiedade geral. A Serpente Verde olha à sua volta, procurando descortinar um bom presságio.
Quadro 2: A Aliança
A Serpente avista o Açor vermelho-púrpura no alto dos céus. Chegada do Homem com a Lâmpada. Subitamente é meia-noite, sem que ninguém saiba como. O Homem com a Lâmpada dá instruções precisas a todos e a cada um. Unidos num enigmático ritual todos executam as suas tarefas. As três damas de companhia de Lília adormecem.
Quadro 3: Primeiro cortejo / A Ponte
Forma-se um cortejo constituído pelas seguintes personagens: a Serpente Verde, os Fogos-fátuos, a Velha com os cadáveres do Príncipe e do Canário no seu cesto em levitação, a Bela Lília com o cão Mops nos braços e, finalmente, o Homem com a Lâmpada. A Serpente transforma-se em esplendorosa ponte luminosa, sobre a qual o cortejo atravessa o rio. Ao longe, o Barqueiro observa esta travessia.
Quadro 4: O Sacrifício / A Ressurreição
A travessia conclui-se. Todos estão na margem do templo subterrâneo. A Serpente Verde decide sacrificar-se antes que a sacrifiquem. A Bela Lília toca com a mão esquerda a Serpente e com a mão direita o seu amado Príncipe. O Príncipe e o Canário ressuscitam ao mesmo tempo, enquanto a Serpente se desintegra, transubstanciando-se em milhares e milhares de pedras preciosas, que são recolhidas no cesto da Velha e deitadas ao rio.
Cena 3
A Ponte Prometida
Quadro 1: Segundo cortejo / A Fenda / O Templo
Forma-se um novo cortejo constituído pelas seguintes personagens: o Homem com a Lâmpada, o Príncipe, Lília, a Velha e os Fogos-Fátuos. Este cortejo dirige-se, através das rochas, para o templo subterrâneo. A grande porta de bronze do templo, fechada com um cadeado de ouro, é aberta pelas chamas dos Fogos-Fátuos. Visão das estátuas do Reis.
Quadro 2: Debaixo do Rio / A Viagem
Diálogo com os quatro reis. O tempo da mudança chega definitivamente. O Templo move-se, iniciando uma viagem através das rochas, passando por debaixo do rio, até alcançar a sua localização final, na outra margem. A cabana do Barqueiro torna-se um altar do templo. É já de manhã. Coroação do jovem Príncipe como novo Rei e louvor dos três poderes: Sabedoria, Aparência e Força, aos quais se acrescenta o Amor, que não governa, mas forma.
Quadro 3: A Apoteose
O templo final, a praça e a ponte estão perfeitamente construídos. O Príncipe (o novo Rei) casa-se com Lília. As jovens damas de companhia reaparecem com a Velha rejuvenescida, que renova o seu casamento com o Homem com a Lâmpada, transformado em conselheiro do jovem soberano. As pedras preciosas provenientes dos restos da Serpente Verde elevaram-se por si mesmas e deram forma a uma ponte eterna que estabelece a ligação e a circulação animada entre as duas margens do rio.
O Gigante aparece uma última vez, sendo metamorfoseado numa estátua que indica as horas do dia. Os Fogos-Fátuos divertem-se largando moedas de ouro reluzentes sobre a praça do templo, e observando a sofreguidão com que os milhares de pessoas que atravessam a ponte magnífica se lançam sobre o ouro.
Paulo Pereira de Assis
Informações
Teatro Académico de Gil Vicente
Praça da República _ 3000-343 Coimbra
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