Enda Walsh vem assistir à exibição de uma peça de sua autoria
Enda Walsh
Em Lisboa para assistir a DISCO PIGS
na Guilherme Cossoul a 15 de Novembro às 21.30
Em Lisboa para assistir a DISCO PIGS
na Guilherme Cossoul a 15 de Novembro às 21.30
Enda Walsh, o autor de Disco Pigs, actualmente em cena na histórica associação Guilherme Cossoul, estará em Lisboa no próximo dia 15 de Novembro assistindo a uma representação da sua peça e tendo no final uma conversa com os espectadores.
Para além disso, o autor estará durante a tarde na Faculdade de Letras de Lisboa num encontro organizado pelo Centro de Estudos de Teatro, pelas 15h.
DISCO PIGS
de Enda Walsh
DISCO PIGS
de Enda Walsh
Tradução Joana Frazão
Com Cecília Henriques e Pedro Carraca e voz de Américo Silva
Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves
Luz Pedro Domingos
Som André Pires e Dinis
Direcção de Produção Andreia Bento e Pedro Carraca
Encenação Franzisca Aarflot assistida por Paulo Pinto
DISCO PIGS
Porco e Pulga nascem no mesmo dia, no mesmo hospital, com uma diferença de segundos. Gémeos em tudo menos no sangue. Inseparáveis desde a nascença, são quase telepáticos.
Unha e carne, não precisam de mais ninguém.
Habitam um mundo delicado, insular e perigoso em que são eles quem estabelece as regras e onde falam uma língua própria. São também parceiros no crime, com uma sede de ousadia, exploração e destruição.
Mas a alguns dias de fazerem dezassete anos, o equilíbrio perfeito do seu mundo começa a desfazer-se.
Mas a alguns dias de fazerem dezassete anos, o equilíbrio perfeito do seu mundo começa a desfazer-se.
O despertar da sexualidade de Porco e os seus crescentes ciúmes começam a ameaçar o universo particular de ambos.
Incapaz de enfrentar a perda de Pulga, a natureza imprevisível de Porco condu-lo numa espiral descontrolada de violência e destruição. Os inseparáveis estão a ponto de se separarem. Só sobreviverá aquele que conseguir libertar-se.
“É uma mistura de diferentes histórias, mas refere-se, fundamentalmente, à minha relação com a minha namorada na altura e à forma como esta acabou” diz Enda Walsh. “É um bocado piroso, mas penso que será apelativo para quem quer que já se tenha sentido assim tão tramado e abandonado”.
“Porco e Pulga não são irmãos, apenas ficaram sincronizados um com o outro de um berço para o outro do hospital onde nasceram e acabam por crescer em casas uma ao lado da outra. Desenvolvem uma espécie de mundo privado e nós entramos neste mundo quando ele se começa a desfazer”.
“É um mundo que só lhes diz respeito a eles, não tem nada a ver com nada ou ninguém mais, diz respeito à amizade e ao amor que votam um ao outro. Neste mundo usam uma linguagem própria, uma espécie de fala infantil. É um mundo muito seguro, belo e caloroso, e é muito exclusivo”.
“O conjunto funciona como uma montanha-russa. Há muito conflito e violência, mas não é uma violência autêntica, é apenas a energia excessiva do Porco que tem que sair por algum lado. Quando é separado da Pulga, essa energia não tem por onde escapar e é como se o devorasse por dentro. Por fim acaba por explodir.”
Quando Enda Walsh era um rapazinho, não cresceu. Era pequenino e o mundo agigantava-se à sua volta, assustador e tumultuoso.
“É uma mistura de diferentes histórias, mas refere-se, fundamentalmente, à minha relação com a minha namorada na altura e à forma como esta acabou” diz Enda Walsh. “É um bocado piroso, mas penso que será apelativo para quem quer que já se tenha sentido assim tão tramado e abandonado”.
“Porco e Pulga não são irmãos, apenas ficaram sincronizados um com o outro de um berço para o outro do hospital onde nasceram e acabam por crescer em casas uma ao lado da outra. Desenvolvem uma espécie de mundo privado e nós entramos neste mundo quando ele se começa a desfazer”.
“É um mundo que só lhes diz respeito a eles, não tem nada a ver com nada ou ninguém mais, diz respeito à amizade e ao amor que votam um ao outro. Neste mundo usam uma linguagem própria, uma espécie de fala infantil. É um mundo muito seguro, belo e caloroso, e é muito exclusivo”.
“O conjunto funciona como uma montanha-russa. Há muito conflito e violência, mas não é uma violência autêntica, é apenas a energia excessiva do Porco que tem que sair por algum lado. Quando é separado da Pulga, essa energia não tem por onde escapar e é como se o devorasse por dentro. Por fim acaba por explodir.”
Quando Enda Walsh era um rapazinho, não cresceu. Era pequenino e o mundo agigantava-se à sua volta, assustador e tumultuoso.
Sempre que se juntava uma multidão, como nas ruas do centro em hora de ponta ou num jogo de futebol, ele entrava em pânico, sentia-se encurralado. “Continua a não haver nada no mundo que mais me aterrorize do que o medo de ficar encurralado,” diz Walsh.
Foi no Traverse Theatre de Edimbugo que, em 1997, Walsh teve uma das mais estimulantes estreias com Disco Pigs, uma história de amor adolescente e retorcidas relações de dependência escrita numa linguagem inventada de uma eloquência compulsiva.
Foi no Traverse Theatre de Edimbugo que, em 1997, Walsh teve uma das mais estimulantes estreias com Disco Pigs, uma história de amor adolescente e retorcidas relações de dependência escrita numa linguagem inventada de uma eloquência compulsiva.
Todos queriam Disco Pigs e todos queriam um pedaço de Walsh. Os produtores comerciais andavam à volta da produção como cem cães a um osso. “Éramos crianças inocentes de olhos grandes e fomos vigarizados,” recorda Walsh sem rancor. “Adorei a peça porque a achava muito romântica. Eles adoraram-na porque achavam que era esquisita.”
Para o rapaz de Cork, parecia um sonho tornado realidade – um sonho que rapidamente se transformou num pesadelo quando a produção embarcou numa tournée mundial alucinante de dois anos que lhe retirou toda a originalidade e vida.
Fica-se com a sensação de que ele estuda as pessoas e de que se sente identificado com as personagens profundamente magoadas das suas peças.
Para o rapaz de Cork, parecia um sonho tornado realidade – um sonho que rapidamente se transformou num pesadelo quando a produção embarcou numa tournée mundial alucinante de dois anos que lhe retirou toda a originalidade e vida.
Fica-se com a sensação de que ele estuda as pessoas e de que se sente identificado com as personagens profundamente magoadas das suas peças.
Ele diz que não sofreu de psicose, depressão ou alucinações, mas que lhe intriga o modo como as pessoas vivem à beira desses estados, muitas vezes sem o saberem: “Sou perfeitamente normal, mas noutras circunstâncias, tenho a certeza de que não o seria”.
“Tenho consciência de que a vida é bastante delicada,” diz Walsh “Penso que estamos todos sempre a escapar por uma unha negra (da doença mental). Acordamos um dia de manhã e acontece uma reacção química que nos transforma subitamente numa coisa diferente.
“Tenho consciência de que a vida é bastante delicada,” diz Walsh “Penso que estamos todos sempre a escapar por uma unha negra (da doença mental). Acordamos um dia de manhã e acontece uma reacção química que nos transforma subitamente numa coisa diferente.
Ou podem suceder uma série de eventos na nossa vida como por exemplo (esperemos que não) os nossos pais morrerem, a nossa namorada deixar-nos ou algo de terrível acontecer que, sem que nos demos conta, nos deixe feitos um farrapo humano, vivendo numa cama.
Isso é interessante de saber, que estamos todos ligados de alguma maneira, as mentes fortes e saudáveis e as terrivelmente danificadas.”
Vi Disco Pigs pela primeira vez no Bush Theatre em Londres, em Setembro de 1997. Era a mesma produção que tinha causado furor no Festival de Edimburgo, onde obteve um sucesso extraordinário e vários prémios.
Percebi pouco mais do que um terço dos diálogos, sendo estes uma magnífica fusão de irlandês, frases de bebé, RAP e poesia, mas a peça agarrou-me e tocou-me. Soube imediatamente que esta era uma peça que queria descobrir por mim. (Franzisca Aarflot )
Vi Disco Pigs pela primeira vez no Bush Theatre em Londres, em Setembro de 1997. Era a mesma produção que tinha causado furor no Festival de Edimburgo, onde obteve um sucesso extraordinário e vários prémios.
Percebi pouco mais do que um terço dos diálogos, sendo estes uma magnífica fusão de irlandês, frases de bebé, RAP e poesia, mas a peça agarrou-me e tocou-me. Soube imediatamente que esta era uma peça que queria descobrir por mim. (Franzisca Aarflot )
ENDA WALSH
O primeiro trabalho criativo de Enda apareceu quando ele se mudou para Cork e colaborou com o encenador Pat Kiernan do Corcadorca.
Enda tornou-se mais Corkiano que os próprios Corkianos. As primeiras produções incluem adaptações de A CLOCKWORK ORANGE e A CHRISTMAS CAROL. À primeira peça original de Enda Walsh THE GINGER-ALE BOY seguiu-se o ‘tour de force’ DISCO PIGS. DISCO PIGS foi depois traduzida para todas as maiores línguas europeias. Seguiram-se SUCKING DUBLIN (1997) e MISTERMAN (1998). BEDBOUND foi a primeira peça de Enda Walsh a ser dirigida por ele próprio. Enda também tem escrito para rádio e cinema. Nos Artistas Unidos em 2004, participou com John Tiffany num Seminário de Encenação, na Culturgestem e escreveu LYNDIE’S GOT A GUN para o espectáculo CONFERÊNCIA DE IMPRENSA E OUTRAS ALDRABICES de Harold Pinter e outros autores, encenação de Jorge Silva Melo (Teatro Nacional D. Maria II). Recentemente, os seus trabalhos têm obtido grande reconhecimento internacional, nomeadamente, THE NEW ELLECTRIC BALL-ROOM (2005) e THE SMALL THINGS (2005) Este ano apresentou em Edimburgo THE WALLWORTH FARCE (2007) com a companhia irlandesa DRUID.
FRANZISCA AARFLOT
Em 2005, fez um curso de admnistração e economia empresarial.
Em 1984, fundou e dirigiu o Kirkeristen Teater, daqual também fez parte Jesper Halle. São deste período as suas encenações de a caminho de babel e PATOS SELVAGENS de Jesper Halle, LEAR de Edward Bond, EQUUS de Peter Shaffer, SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO de Shakespeare ou O ENCARREGADO de Harol Pinter.
Em 1988, fundou e dirigiu o Teater ad Libitum onde encenou peças como O AMANTE NOS BOSQUES de Jesper Halle, A VIDA É SONHO de Calderón ou SKUNK da sua autoria, entre outras.
Em 1999 torna-se Directora Artística do Det Åpne Teater de Oslo – Teatro da Nova Escrita Norueguesa, onde trabalha actualmente.
Continua a desenvolver o seu trabalho como encenadora e como dramaturga.
Embora quase sempre ligada à direcção de uma companhia ou teatro, Franzisca Aarflot nunca deixou de continuar a fazer alguns trabalhos exteriores, tendo trabalhado com o Oslo Nye Teater ou o Cassandra Theatre Company.
Em 2001, recebeu o Fring First, para uma notável nova produção e inovação teatral, pela sua encenação de COMO UM TROVÃO de Niels Friedrik Dahl. Entre 1997 e 1999, foi membro da direcção do Norwegian Director’s Guild.
Desde 2003 tem trabalhado como Directora da Comissão DUS Connections Norway. E em 2005, inicia-se como examinadora do curso de Encenação da Universidade de Oslo.
Além de membro da Associação de Encenadores Norueguesa também é membro da Associação de Autores de Teatro.
Nos Artistas Unidos, dirigiuu A MATA de Jesper Halle (Teatro Municipal de Almada).
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