sábado, 24 de novembro de 2007

Companhia de Teatro de Braga leva à cena " O Profissional"



“O PROFISSIONAL”
TRAZ CONFLITO DOS BALCÃS
AO PALCO DO THEATRO CIRCO



“O Profissional” é o trabalho dramático que a Companhia de Teatro de Braga leva à cena do Theatro Circo a 22, 23, 27 e 28 (21h30) de Novembro, numa primeira fase, e a 1, 4 e 5 de Dezembro (21h30), posteriormente. A encenação é de Manuel Guede de Oliva.

Da autoria do dramaturgo e guionista sérvio Dusan Kovacevic, “O Profissional” contextualiza-se num género policial negro e político, inscrito nos anos da tragédia balcânica.
Com interpretações de Rui Madeira, Teresa Chaves, Jaime Soares e Carlos Feio, a acção desenvolve-se nas vidas de um jornalista, jovem estudante contestatário que se torna editor, e de um escritor à procura do editor, que, de acordo com o protagonista, «quer, afinal, editar os anos de pesquisa conduzida, enquanto polícia secreto (agora sem emprego), sobre o tal editor».
Nestas interacções, sobressaem os meandros da vida antes e depois da queda do regime e uma democracia que não garante o íntimo e o privado.


Encenado por Manuel Guede de Oliva, professor, escritor e, durante 14 anos, director do Centro Dramático Galego, o texto de “O Profissional”, na circunstância traduzido por Regina Guimarães, constitui, segundo Rui Madeira, uma «profunda e dramática história de vidas (…) , em que os traumas de uma sociedade e de um regime estiolam por dentro de cada um e o que chega à superfície, ao quotidiano, são estilhaços que há muito perderam a possibilidade de se reagrupar e formar um todo coerente».
Contudo, embora faça o retrato de uma sociedade recentemente abalada por um conflito não apenas bélico, mas, acima de tudo, ideológico, “O Profissional” recorre ao cómico para se constituir numa «lição moral de radical magnitude».
«Em “O Profissional” aparece a cómica tristeza daqueles que um dia ficaram sem pátria»: «ou seria conveniente inverter esta ordem e falar daqueles a quem a História roubou a sua história pessoal?», questiona o encenador Manuel Guede de Oliva.
Consciente do papel que o cómico e a ironia têm vindo a representar nas sociedades, designadamente enquanto elemento destruidor da repressão, o encenador, que define este trabalho como «uma risada triste, uma gargalhada áspera ao pé do abismo, contra a crueldade de certos destinos», vai, desta forma, ao encontro de Kovacevic, que, nesta obra demonstrou não estar «disposto a negociar o riso, a ironia, o sarcasmo, os espelhos grotescos que reflectem o fim do século XX, que, na Europa, acaba como começou – como uma terrível maldição, sangrando pelas cicatrizes dos Balcãs».
Nomeado em 2005 como Embaixador da Sérvia em Portugal, Dusan Kovacevic atingiu o reconhecimento pelas peças de teatro e guiões que escreveu, designadamente para o célebre realizador Kusturica.

Contudo, o seu trabalho só passou a estar disponível em Inglês a partir de meados dos anos 90.

Os ingressos, a 10 euros para o público em geral e a 5 euros para estudantes e pessoas com mais de 65 anos, podem ser adquiridos nas bilheteiras do Theatro Circo.

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