Braga apresenta Teatro Romano
A Câmara Municipal de Braga e a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho tornam públicos amanhã (quarta-feira, 29 de Agosto) os «importantes resultados» das escavações feitas no Teatro Romano de Braga, localizado na Colina da Cividade e contíguo ao Núcleo Arqueológico das Termas Romanas, já musealizado.
A apresentação dos estudos desenvolvidos neste sítio arqueológico – em que participam o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado, e a Presidente da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Manuela Martins – acontece às 11h30, no salão nobre dos Paços do Concelho, seguindo-se-lhe uma visita guiada às ruínas em referência.
A circunstância do edifício se localizar em terrenos protegidos da área arqueológica de Braga, propriedade do Município, permitiu a imediata realização de escavações, tendo em vista a identificação de outros elementos estruturais totalmente soterrados.
Entre 2000 e 2003 foram, assim, realizadas várias sondagens que mostraram a conservação do muro perimetral do teatro, o que permitiu estimar que se estava perante um edifício com cerca de 80 metros de diâmetro.
A dimensão do monumento, bem como as suas previsíveis características, implicavam, todavia, a realização de escavações amplas, que careciam de financiamento, obtido através do “Projecto de Estudo Preliminar do Teatro Romano de Bracara Augusta”, da responsabilidade da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho.
O projecto – que pretendia identificar as diferentes partes estruturais deste tipo de edifícios de espectáculo e avaliar do seu estado de conservação – desenvolveu-se entre 2004 e a actualidade, financiado pelo ex-Instituto Português de Arqueologia, no âmbito do Plano Nacional de Trabalhos Arqueológicos, registando o apoio da Câmara Municipal de Braga, que assegurou a remoção mecânica de largas toneladas de sedimentos, tarefa fundamental no desenrolar dos trabalhos.
Por outro lado – adianta a catedrática da Universidade do Minho –, a parte já descoberta revelou o bom estado de conservação do monumento, facto que permite considerar, desde já, o grande interesse da sua escavação integral, condição prévia para uma futura valorização e aproveitamento do espaço.
«Braga passa, assim, a dispor de um monumento arqueológico de grande valor patrimonial, verdadeiramente emblemático da sua origem romana, que representa uma importante mais valia para a cidade e para a sua história; de facto, a presença de um teatro em Braga reflecte a importância de Bracara Augusta no contexto das cidades romanas peninsulares, facto que terá justificado a sua promoção a capital da província da Galécia nos finais do século III», enfatiza Manuela Martins.
Para esta especialista, sendo a segunda cidade portuguesa a possuir um teatro romano, parcialmente escavado, Braga não tem, por exemplo, os problemas que condicionam o estudo do teatro de Lisboa: «pelo contrário, o teatro bracarense encontra-se integrado numa área protegida e classificada da Colina do Alto da Cividade, onde se podem já visitar as termas públicas romanas».
Neste contexto – defende Manuela Martins – a escavação integral do teatro está apenas dependente do interesse que as instituições públicas possam vir a demonstrar pela formalização de um novo projecto integrado, que contemple, agora, o seu estudo, restauro e adequação do espaço para utilização cultural, à semelhança do que vem acontecendo em quase todos os teatros descobertos da Antiguidade.
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