sexta-feira, 27 de julho de 2007

ÚLTIMA CHAMADA e COLECÇÃO PRIVADA


Citemor apresenta
ÚLTIMA CHAMADA
COLECÇÃO PRIVADA
Dia 28 de Julho às 22:30 [sala b]



ÚLTIMA CHAMADA constitui-se como uma colecção de objectos pessoais, inscritos no espaço através de uma acumulação de percursos, em que se cruzam relações amorosas e viagens.
O que será que nos fez partir sem prever o necessário?Estar longe, fazer novos conhecimentos, sentir saudades, fazer contas à vida, coleccionar objectos, perder o sentido de orientação, registar locais de passagem, marcar encontros, perder a noção do tempo, articular novas palavras, transportar bens pessoais em segurança, ponderar pequenos excessos, descobrir as diferenças, projectar à distância, invadir o espaço, olhar por entre as coisas, habitar com data marcada, perder de vista, voltar a casa, estar sozinho no meio do trânsito, agarrar no mapa e partir, trancar a porta, fechar os olhos, andar em círculos, contar até um, lançar o isco, calcular os riscos, não esperar nada, domesticar quem está ao nosso lado, não dizer nada, esperar por amanhã, não abandonar a bagagem, fazer amor às escuras, inflacionar as coisas, não ter resposta para tudo, ter tudo no bolso.
Concepção e interpretação: Rafael Alvarez
Produção Executiva: EIRA/Paula Caruço
Apoio em residência: Galeria Zé dos Bois
COLECÇÃO PRIVADA constitui-se como uma colecção de objectos pessoais, inscritos no espaço através de uma acumulação de ocupações, em que se cruzam relações amorosas e espaços domésticos.
O que será que nos fez ficar sem prever o necessário?Estar perto, sentir saudades, oferecer a outra face, negociar fronteiras, fazer contas à vida, coleccionar objectos, perder o sentido de tempo, registar as falhas, conceder desejos, marcar as diferenças, limitar o espaço, articular antigas palavras, memorizar a primeira vez, ganhar terreno, partir a louça, olhar para o lado, olhar para trás, fazer a cama, arrumar bens pessoais em privacidade, lavar a roupa suja, ponderar pequenos excessos, descobrir as diferenças, projectar à distancia, invadir o espaço, olhar por entre as coisas, separar os bens, dormir até de manhã, fazer as pazes, tirar medidas, falar no plural, tirar os cantos à casa, fazer milagres, não pregar olho, habitar com data marcada, esquecer rápido, voltar a casa, estar sozinho no meio do quarto, trancar a porta, fechar os olhos, andar em círculos, contar até um, somar dois mais dois, olhar para o lado, calcular os riscos, esperar tudo, domesticar quem está ao nosso lado, partir o verniz, capitalizar o compromisso, não dizer nada, esperar por amanhã, não abandonar o lume, varrer para baixo do tapete, ouvir a voz da razão, inflacionar as coisas, não ter resposta para tudo, ter tudo dentro de casa, separar as águas, vestir a camisola, esperar sentado.
Colecção Privada (2007) constitui a segunda parte de uma trilogia iniciada com Última Chamada (2005) e que será concluída em 2008.
Através deste projecto, pretende-se desenvolver e aprofundar uma dimensão objectual no discurso coreográfico. Procurando investigar de que forma, as relações amorosas constroem, regulam e reorganizam a nossa história pessoal, quer seja pela sua busca incessante, pela sua repetição e rotina, pela sua ausência ou fuga, ou pela sua quebra ou morte.
Cada objecto co-habita com uma história, que se inicia com a sua concepção e só termina com a sua destruição ou reciclagem, um ciclo de vida cuja narrativa se constitui como biografia, sujeita na maioria dos casos a convenções pragmáticas de funcionalidade, estética e valor económico. Um objecto aparece-nos inicialmente como uma imagem, imagem que existe na dependência da acção do nosso corpo.
O espaço doméstico a casa, é por natureza um lugar do privado, da intimidade e do social, marca as fronteiras entre exterior e interior, onde o corpo é sempre o referente. É um dos principais espaços e territórios, onde se constrói e se domestica a identidade.
Vivemos sozinhos ou partilhamos a nossa casa com alguém de quem gostamos (idealmente). Viver a dois (casal) tem implicações físicas, espaciais, comportamentais, sociais e económicas determinantes, decerto diferentes de uma vida celibatária ou nómada.
Contudo este trabalho não pretende avançar com uma visão crítica, face a uma ou outra forma de experienciar as relações amorosas. Antes, procura coleccionar acções, objectos e histórias pessoais e incógnitas, desencadeando no espaço, percursos e narrativas cruzadas em torno do movimento, do tempo e do espaço, de uma casa e de um corpo.Rafael Alvarez
Concepção e interpretação: Rafael Alvarez
Desenho de Luz: Nuno Patinho
Produção executiva: EIRA/Paula Caruço
Co-Produção: Citemor
Projecto financiado pelo Ministério da Cultura/ Instituto das Artes

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