domingo, 27 de maio de 2007

Macbeth Africano no Teatro da Trindade


NAMANHA MAKBUNHE
no Teatro da Trindade
A PARTIR DE “MACBETH” DE WILLIAM SHAKESPEARE
PRODUÇÃO TNDM II em colaboração com "Os Fidalgos" da Guiné-Bissau
TEATRO DA TRINDADE
MAI 31 – JUL 01
4ª a SÁB. 21H30 DOM. 16H00

a ascensão e queda de NAMANHA MAKBUNHE


O Teatro Nacional D. Maria II apresenta, a partir de Macbeth de William Shakespeare, Namanha Makbunhe , encenado por Andrzej Kowalski. A partir de 31 de Maio no Teatro da Trindade vamos poder assistir a um espectáculo cujo elenco é inteiramente constituído por actores Africanos, que se deslocaram a Portugal, da Guiné, para interpretar a história da ascensão e queda um guerreiro do Mali. Namanha é um homem que vai sucumbir à ambição e sofrer as consequências.

Sublinhando as características universalistas do texto clássico, esta versão centra-se em três problemáticas transversais: a dualidade dinâmica da natureza humana (luta entre bem e mal); a atracção fatídica pelo poder; e o Homem como elemento de um todo transcendente e universal que pode, com as suas acções, contribuir decisivamente para a sua harmonia ou para o seu perigoso desequilíbrio.
Este projecto foi despoletado, e até certo ponto "inspirado", por uma cadeia de acontecimentos vividos recentemente na Guiné-Bissau mas ultrapassou rapidamente a condição de simples adaptação à realidade histórica, cultural e tradicional do país para se tornar numa transposição, bem mais complexa, de um Macbeth europeu para o universo africano.
Em África, o sagrado e o místico têm uma presença particularmente forte e interveniente na vida e acções das pessoas e este facto provoca, por vezes, que decisões e escolhas relativamente simples do ponto de vista eurocêntrico, no domínio da ética e da moral, ganhem uma densidade dramática. O que é "dramático" para um europeu pode não o ser para um africano e vice-versa.
Em termos plásticos e sonoros, Namanha Makbunhe recria climas e atmosferas de uma outra realidade, através da cor e das formas, da luz e da sonoridade de floresta, dos ritmos e dos cheiros.

Sinopse


O valente guerreiro Namanha Makbunhe, régulo de Iall, mata, em combate, o traidor Makumba, conseguindo a vitória para o rei Bolum. Ao regressar da batalha com o companheiro Borry encontra na floresta três feiticeiras que o saúdam: a primeira chama-lhe régulo de Iall, a segunda régulo de Cansala e a terceira dirige-se a ele como rei. Makbunhe fica perturbado e é nessa altura que chega Madiu, enviado de Bolum, que o felicita pelo seu novo cargo: Makbunhe acaba de ser distinguido com o título de régulo de Cansala.
Makbunhe fica eufórico: se a primeira profecia das feiticeiras está certa, então a segunda estará também e ele será, um dia, rei. Ao chegar a casa, as suas mulheres – Djatú e Rokya – têm reacções distintas à notícia. A primeira aconselha prudência ao marido, a segunda diz-lhe que não deverá esperar: o rei Bolum vem visitá-lo e deve morrer já.
Makbunhe mata o rei e o filho deste, Djagra, foge, temendo pela própria vida. O guerreiro assume o trono e a sua primeira preocupação é eliminar os rivais, sobretudo Borry, a quem as feiticeiras predisseram que seria pai de reis. Makbunhe envia um assassino matar Borry e o filho Bunka, mas a missão falha: o assassino consegue matar o pai, mas não o filho. Borry aparece ao rei na forma de fantasma e, muito assustado, Makbunhe manda chamar as feiticeiras para que lhe predigam o futuro. Estas dizem-lhe que ele não deverá temer nenhum homem nascido de ventre materno e que só será destituído quando a floresta de Foroba caminhar.
Makbunhe fica tranquilo, mas será sol de pouca dura: um exército liderado por Djagra caminha já na sua direcção, disfarçado com ramos de árvore. E é Madiu, que não nasceu "por via natural", mas foi arrancado da barriga da mãe, morta, que mata Makbunhe num confronto final.

adaptação encenação ANDRZEJ KOWALSKI
cenografia assistência de encenação LESZEK MADZIK
dramaturgia LUÍS MOURÃO
figurinos ESMERALDA BISNOCA
coreografia FERNANDO DE PINA
coreografia de combate EUGÉNIO ROQUE
voz elocução RUI BAETA
assistência de cenografia VVOJTEK ZIEMILSKI

COM

ALBINO DJATA AMÉLIA DA SILVA AVELINO NETO BRAIMA GALISSÁ DALATON BORRALHO DJAMILA VIERA DOMINGOS GOMES MARQUES HELENA SANCA ILESA AFONSO DA COSTA JORGE QUINTINO BIAGUE JOSEFINA MASSANGO MÁRIO SPENCER MUSSA CÂMARA SOFIA LAURA RODRIGUES ISABEL VICENTE FERREIRA FRANCELINO CORREIA SILVÉRIO CAETANO



Sem comentários: