segunda-feira, 7 de abril de 2008

Livro sobre a Primeira Grande Guerra apresentado amanhã


DAS TRINCHEIRAS COM SAUDADE
A vida quotidiana dos militares portugueses

na Primeira Guerra

Mundial
de ISABEL PESTANA MARQUES


SINOPSE


«De noite é que é o inferno. […] os telefones retinem, os estafetas põem-se a andar e o S.O.S. sobe ao céu, no vinco luminoso dos very-lights […] até que se apagam e o mundo é apenas escuridão. […] Ouve-se o crac-crac das metralhadoras que o boche despeja e que nós despejamos. E transida, bafejando as mãos, sem sono, a gente escuta o ecos e o nosso coração doente como um velho relógio tonto oscilando entre a saudade dos que estão longe e a ideia de morrer ali, armado e equipado, sonolento e triste, com um cão sem forças.»
(Albino Forjaz Sampaio, oficial português na Flandres).

A partir de Janeiro de 1917, o cais de Alcântara assiste aos sucessivos embarques de tropas portuguesas rumo à Flandres.

Em França reúnem -se aos aliados ingleses para combaterem, na I Guerra Mundial, contra o inimigo comum: a Alemanha.

A 2 de Abril de 1917, a coberto da bruma da madrugada, entraram nas trincheiras os primeiros soldados portugueses que iriam participar na campanha da I Guerra Mundial, num total de 55 mil expedicionários.

Na Flandres, em França, encontraram um novo tipo de guerra. Enfrentaram o frio, a lama pegajosa, o barulho ensurdecedor dos bombardeamentos, habituaram-se ao «corned beef» que os fazia suspirar pelo bacalhau e o pão escuro nacional, adoeceram, sentiram medo, desolação e cansaço.

Na frente de batalha, combateram ao lado dos ingleses, com coragem e heroísmo, outros desertaram ou foram aprisionados pelos alemães, e nos momentos de descanso aproveitavam para fugir ao terror dos ataques, jogando às damas, cantando, escrevendo cartas aos familiares ou namorando com francesas, belgas e inglesas, mesmo sem saber uma palavra do seu idioma.


BIOGRAFIA


Isabel Pestana Marques é Mestre em História Contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Investigadora de História Contemporânea, colabora no Instituto de História Contemporânea e da Comissão Portuguesa de História Militar. Publica artigos em revistas especializadas e participa em colóquios e congressos nacionais e internacionais.


Baseado em testemunhos diários deixados por militares e com material fotográfico inédito, a autora apresenta-nos o rosto humano de uma guerra devastadora e uma perspectiva diferente sobre a campanha portuguesa da Flandres, entre 1917 e 1919.


Noventa anos após a Batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918, a historiadora explica-nos como o recuo estratégico dos soldados portugueses foi fundamental para travar o avanço dos alemães no terreno.
Foi galardoada com o prémio Defesa Nacional, em 1996, com a tese de mestrado Os Portugueses nas Trincheiras – Um quotidiano de Guerra.

Sem comentários: