segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Teatro e cenografia em debate no TAGV

Teatro e Cenografia
De 7 a 29 de Fevereiro
Concepção e programação Carlos Antunes e Manuel Portela
Inauguração da exposição no dia 7, às 18h00, seguido de conversa com a presença de Manuel Aires Mateus

Ao materializar espaços imaginários sobre o palco, a cenografia é um dos instrumentos da teatralidade, isto é, um dos dispositivos sígnicos que torna possível aos objectos e aos espaços serem e significarem ao mesmo tempo. É na interacção com as palavras, com os corpos dos actores, com as luzes e com os sons que a linguagem cenográfica se revela como componente essencial das artes cénicas. Na medida em que projecta, por sugestão e metonímia, um espaço que a transcende, ou, pelo contrário, se constitui como metáfora total capaz de enclausurar as personagens, a cenografia circunscreve esses lugares imaginários. Sendo um modo de ler o texto, é também um modo de reescrevê-lo. Nesse espaço exterior à personagem projecta-se então o seu espaço interior. A cenografia enquanto linguagem teatral pode ser pensada como problema arquitectónico. Este pequeno ciclo, que terá continuidade em futuras temporadas, tem como objectivo mostrar, de forma exemplificativa, a cenografia contemporânea.
Manuel Portela e Carlos Antunes
Manuel Aires Mateus
Cenografia da peça «Turismo Infinito», de António M. Feijó, a partir de textos de Fernando Pessoa e três cartas de Ofélia Queirós, encenação de Ricardo Pais, produção do Teatro Nacional São João, fotografias de João Tuna

«A natureza do texto foi decisiva. O texto é praticamente infinito, não na extensão, é claro, mas na intensidade: é impossível de abarcar e conter, é impossível de controlar. O cenário procura expressar essa natureza. Nas conversas que tive com o Ricardo Pais, cujo instinto se revelou determinante, falámos sempre de um cenário total. "Total" foi, aliás, a primeira palavra que me ocorreu. Colocámos a hipótese de um cenário que fosse todo branco, depois que fosse todo preto; fosse como fosse, teria sempre de ser todo qualquer coisa. Acabámos por nos fixar no preto, porque com o branco não conseguiríamos obter um sentido de infinito. A ideia passou a ser dispor o negro (da cenografia) recortado sobre o negro (da caixa de palco).»
Manuel Aires Mateus (excerto de Uma nova geometria do espaço vazio, conversa entre João Mendes Ribeiro e Manuel Aires Mateus sobre o dispositivo cénico de Turismo Infinito, originalmente publicada no Programa do espectáculo.)
Produção TAGV
Horário
Seg a sex 10h00-12h30; 14h30-22h00Sáb. 14h00-22h00
Dom. Encerrado
Informações e reservas
Teatro Académico de Gil Vicente
http://www.uc.pt/tagv
http://blogtagv.blogspot.com
Bilheteira
Horário 17h00-22h00
Telefone 239 855 636
E-mail
teatro@tagv.uc.pt

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