Ricardo II de Shakespeare Teatro Carlos Alberto do Porto
RICARDO II
de WILLIAM SHAKESPEARE
encenação NUNO CARDOSO
de WILLIAM SHAKESPEARE
encenação NUNO CARDOSO
TEATRO NACIONAL NO PORTO
O Teatro Nacional D. Maria II apresenta no TECA – Teatro Carlos Alberto, do Porto, a partir do próximo dia 31 de Outubro, "Ricardo II", peça de William Shakespeare que o encenador Nuno Cardoso estreou na Sala Garrett na temporada passada e que deixou perplexos alguns críticos de Lisboa.
Trata-se de um projecto muito original, que desloca a acção da peça para um campo de futebol e coloca as personagens de Shakespeare a correrem atrás da coroa como se estivessem correr atrás de uma bola.
Metáfora de uma vida feita a perseguir o Poder, que é, por natureza, efémero, o espectáculo de Nuno Cardoso é protagonizado por João Ricardo, na pele de um rei que não o sabe ser (Ricardo II), e por Gonçalo Amorim, o substituto que vem a revelar-se tão mau quanto o antecessor (Henrique IV).
"Ricardo II", agora apresentado no Porto em colaboração com o Teatro Nacional S ão Jo ão, estará em cena no TeCA até 4 de Novembro.
TEATRO CARLOS ALBERTO
31 OUT> 4 NOV 2007
4ª a Sáb. 21h30 Dom. 16h00
RICARDO II
de WILLIAM SHAKESPEARE
tradução FERNANDO VILLAS-BOAS
encenação NUNO CARDOSO
cenografia F. RIBEIRO
figurinos STORYTAILORS
música SÉRGIO DELGADO
desenho de luz JOSÉ ÁLVARO CORREIA
movimento MARTA SILVA
voz e elocução RUI BAETA
análise de discurso JO O GROSSO
assist ncia de encenação VICTOR HUGO PONTES
assist ncia de encenação (estágio) PAULA GARCIA
com ANTÓNIO JÚLIO CARLOS PIMENTA CÁTIA PINHEIRO DANIEL PINTO FLÁVIA GUSM O GONÇALO AMORIM
JO O PEDRO VAZ JO O RICARDO JOSÉ NEVES
LUÍS ARAÚJO MARTA GORGULHO
NUNO CARDOSO* PEDRO GIL
PEDRO PERNAS WAGNER BORGES
SINOPSE
O Rei Ricardo envia Bullingbrook, duque de Hereford e seu primo, para o exílio e confisca-lhe os bens para usar na guerra contra a Irlanda. Mas este usa isso como pretexto para se revoltar e consegue o apoio de um número crescente de nobres.
Ricardo, pelo contrário, vai perdendo apoiantes e quando regressa da Irlanda é obrigado a submeter-se ao primo.
Abdica do trono a favor de Bullingbrook, que passará a assumir o título de Henrique IV, e acaba por ser preso e depois assassinado, a instâncias do novo rei, que encerra a peça queixando-se dos imperativos do poder.
William Shakespeare
Uma Vida de Teatro
William Shakespeare
Uma Vida de Teatro
Pouco ficou documentado sobre a vida de Shakespeare, mas a julgar pelo seu registo de baptismo, acredita-se que terá nascido em 1564, no seio de uma família de comerciantes. Apesar de não ter chegado a ir para a universidade, frequentou a escola.
Em 1582, com apenas 18 anos, casou-se com Anne Hathaway, oito anos mais velha, e desse casamento nasceram três filhos: Susanna (1582) e os gémeos Judith e Hamnet (1586). Hamnet morreu em 1587, sem que hoje se conheçam as causas.
Entre 1586 e 1592, a vida de Shakespeare passou por um período menos claro. É muito possível que tenha deixado a terra natal, Stratford-Upon-Avon, e a família, para se juntar a uma trupe de actores em digressão, embora haja quem defenda que, durante esse tempo, tenha trabalhado como preceptor ou mestre-escola.
Certo é que, em 1592, já era conhecido nos teatros londrinos, como autor. A profissão teatral era, de resto, emergente na altura e havia procura de autores que escrevessem para a cena. Shakespeare vendia os seus escritos e era tão bem sucedido que, em 1594, tornou-se sócio da companhia de Lord Chamberlain’s Men, que tinha por mecenas Henry Wriothesley.
Em 1594, já Shakespeare tinha escrito as comédias "The Comedy of Errors", "The Two Gentlemen from Verona" e "The Taming of the Shrew"; e as tragédias "Titus Andronicus" e "Richard III".
Dividindo-se entre os palcos e a pena – para além de escrever, Shakespeare gostava também de representar – o autor assinará, a partir de 1594, uma média de duas peças por ano. Entre esse ano e 1598 escreveu "King John", "Love’s Labour’s Lost", "A Midsummer Night’s Dream", "The Merchant of Venice", "Romeo and Juliet", "Richard II", "Henry IV" e "Henry V".
Dividindo-se entre os palcos e a pena – para além de escrever, Shakespeare gostava também de representar – o autor assinará, a partir de 1594, uma média de duas peças por ano. Entre esse ano e 1598 escreveu "King John", "Love’s Labour’s Lost", "A Midsummer Night’s Dream", "The Merchant of Venice", "Romeo and Juliet", "Richard II", "Henry IV" e "Henry V".
Entretanto, o dinheiro ganho com a sua actividade era rapidamente investido: Shakespeare comprou uma casa imponente em Stratford, e investiu no negócio do malte. Em 1598, perante a ameaça de fecho do teatro (por parte do senhorio), a companhia mudou-se para a zona sul do rio Tamisa e aí construiu um novo teatro, baptizando-o como The Globe.
E é aí que começa o período mais florescente da escrita de Shakespeare.
E é aí que começa o período mais florescente da escrita de Shakespeare.
Entre 1599 e 1608, escreveu "Much Ado About Nothing", "As You Like It", "Twelfth Night", "All’s Well That Ends Well", "Troilus and Cressida", "The Merry Wives of Windsor".
Escreveu, também, as grandes tragédias "Julius Caeser", "Hamlet", "Othello", "Antony and Cleópatra", "Coriolanus" e "Timon of Athens". Neste período, a companhia adquiriu um novo estatuto: passaram a ser The King’s Men (os homens do rei).
Shakespeare continuava a adquirir bens em Stratford, sobretudo terras, e a partir de 1608, já perseguido pela fama dos seus rivais mais jovens (os dramaturgos emergentes Beaumont e Fletcher), escreveu as suas últimas peças: "Péricles, Prince of Tyre", "Cymbeline", "The Winter’s Tale", "The Tempest", "Henry VIII", "The Two Noble Kinsmen" e "Cardenio" (hoje perdida).
Em 1613, o Globe foi destruído pelo fogo e Shakespeare perdera o ascendente no panorama teatral londrino.
Shakespeare continuava a adquirir bens em Stratford, sobretudo terras, e a partir de 1608, já perseguido pela fama dos seus rivais mais jovens (os dramaturgos emergentes Beaumont e Fletcher), escreveu as suas últimas peças: "Péricles, Prince of Tyre", "Cymbeline", "The Winter’s Tale", "The Tempest", "Henry VIII", "The Two Noble Kinsmen" e "Cardenio" (hoje perdida).
Em 1613, o Globe foi destruído pelo fogo e Shakespeare perdera o ascendente no panorama teatral londrino.
É razoável supor que se terá retirado, passando os seus últimos anos em Stratford.
Morreu em 1616.
Fontes:
Cambridge Guide to the Theatre, Cambridge University Press, 1995;
Dictionnaire Encyclopedique du Théâtre, Bordas, 1995.
RICARDO II
A história
Fontes:
Cambridge Guide to the Theatre, Cambridge University Press, 1995;
Dictionnaire Encyclopedique du Théâtre, Bordas, 1995.
RICARDO II
A história
Nasceu em 1367. Subiu ao trono em 1377.
Reinou 22 anos (deposto). Filho do "príncipe negro", e neto de Eduardo II.
Casou primeiro com Ana da Boémia e depois com Isabel de França. Sem descendência.
Morreu em 1400 (assassinado) aos 33 anos. Sepultado em King’s Langley mais tarde transladado para Westminster.
Ricardo sucedeu ao avô em 1377 com apenas 10 anos, durante uma época de agitação social.
Ricardo sucedeu ao avô em 1377 com apenas 10 anos, durante uma época de agitação social.
Após a peste negra tinha-se sucedido uma vaga de rápidos aumentos de salários e preços.
O parlamento criara legislação regulamentadora da subida dos salários mas não fizera o mesmo para os preços.
A Revolta dos camponeses que se seguiu, em 1381, chefiada por Wat Tyler, foi esmagada com grande severidade.
Ricardo foi o único responsável por ser "o último dos Anjou". Mostrou-se extravagante, injusto e inconstante. O seu único acto positivo foi terminar com a luta com França em 1396.
O erro final foi deixar bem claro que queria acabar com o governo parlamentar, já então uma realidade bem estabelecida na vida política inglesa.
O reinado de Ricardo assistiu ao início da longa disputa pela coroa, travada entre os descendentes de Eduardo ll, tendo frente, em primeiro lugar, João de Gande, o terceiro filho de Eduardo e tio de Ricardo, e depois o filho de Gande, Henrique de Bullingbrook.
Após a morte de seu pai em 1399, Bullingbrook – Henrique de Lancastre – regressou do exílio, depôs Ricardo e fez-se eleger rei pelo parlamento como Henrique IV. Em 1400 Ricardo foi assassinado na prisão – e a Guerra das Rosas fazia a sua primeira vítima.
Kings and Queens of England and Great Britain
E. R. Delderfield
DISTRIBUIÇÃO
O reinado de Ricardo assistiu ao início da longa disputa pela coroa, travada entre os descendentes de Eduardo ll, tendo frente, em primeiro lugar, João de Gande, o terceiro filho de Eduardo e tio de Ricardo, e depois o filho de Gande, Henrique de Bullingbrook.
Após a morte de seu pai em 1399, Bullingbrook – Henrique de Lancastre – regressou do exílio, depôs Ricardo e fez-se eleger rei pelo parlamento como Henrique IV. Em 1400 Ricardo foi assassinado na prisão – e a Guerra das Rosas fazia a sua primeira vítima.
Kings and Queens of England and Great Britain
E. R. Delderfield
DISTRIBUIÇÃO
RICARDO, Ricardo II – JOÃO RICARDO
JOÃO DE GANDE, Duque de Lencastre, tio do Rei – JOÃO PEDRO VAZ
YORK, Duque de, Edmundo de Langley, tio do Rei – WAGNER BORGES
BULLINGBROOK, Duque de Hereford, filho de João de Gande – GONÇALO AMORIM
AUMERLE, Duque de, filho do Duque de York – LUÍS ARAÚJO
TOMÁS MOWBRAY, Duque de Norfolk – CARLOS PIMENTA
SURREY, duque – ANTÓNIO JÚLIO
SALISBURY, conde – PEDRO PERNAS DANIEL PINTO
BERKELEY, nobre – CARLOS PIMENTA
BUSHY DANIEL PINTO
BAGOT PEDRO PERNAS favoritos do rei
GREEN ANTÓNIO JÚLIO
NORTHUMBERLAND, conde, pai de Harry Percy – PEDRO GIL
HARRY PERCY, nobre – NUNO CARDOSO
ROSS, nobre – JOSÉ NEVES
WILLOUGHBY, nobre – MARTA GORGULHO
FITZWATER, nobre – DANIEL PINTO
CARLISLE, bispo – CARLOS PIMENTA
ABADE, abade de Westminster – JOÃO PEDRO VAZ
LORDE MARECHAL – NUNO CARDOSO
SCROOP, nobre – ANTÓNIO JÚLIO
EXTON, Sir Pierce de, nobre – JOSÉ NEVES
CAPITÃO de um Bando de Galeses – LUÍS ARAÚJO
RAINHA, mulher de Ricardo – CÁTIA PINHEIRO
DUQUESA DE YORK, mulher de York e m e de Aumerle – MARTA GORGULHO
DUQUESA DE GLOUCESTER, viúva de Thomas Glouscester – FLÁVIA GUSMÃO
DAMA 1 – MARTA GORGULHO
DAMA 2 – FLÁVIA GUSMÃO
JARDINEIRO – JOÃO PEDRO VAZ
MOÇO DE ESTREBARIA – PEDRO PERNAS
HOMEM 1 – JOÃO RICARDO
HOMEM 2 – GONÇALO AMORIM
SERVIÇAL, criado de York – NUNO CARDOSO
OUTRO SENHOR – JOSÉ NEVES
CRIADO 1, de Exton – NUNO CARDOSO
CRIADO 2, de Exton – DANIEL PINTO
CARCEREIRO – FLÁVIA GUSMÃO
CURRICULUM
NUNO CARDOSO nasceu em 1970, em Canas de Senhorim. É actor e encenador. Foi director artístico do Teatro Carlos Alberto até 2007. Inicia o seu percurso no teatro no início da década de 1990, no contexto do teatro universitário, integrando o CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. Em 1994, foi um dos fundadores da companhia Vis es Úteis, onde desenvolveu trabalho de actor e encenador. Em 1997, inicia uma colaboração regular com o TNSJ, no âmbito do Dramat – Centro de Dramaturgias Contemporâneas do TNSJ. Encenou entretanto "Paysage Choisi" (1999), a partir de textos de Federico García Lorca, "De Miragem em Miragem Se Fez a Viagem" (2000), de Carlos J. Pessoa, e "Antígona" (2001), a partir de Sófocles. Desenvolveu ao longo de um ano, um trabalho com reclusos da prisão de Paços de Ferreira, que resultou no espectáculo "Prj.x Oresteia", revisitação de Regina Guimar es da "Oresteia" de Ésquilo. Como actor, destacam-se as participações em "O Subterrâneo", de F. Dostoievski (enc. Paulo Castro, Vis es Úteis), "ProjectoX.2 – A Mordaça", a partir de Eric-Emmanuel Schmitt (dir. Francisco Alves, Teatro Plástico), "Gato e Rato", de Gregory Motton (enc. Jo o Paulo Seara Cardoso, Vis es Úteis), e "Na Solidão dos Campos de Algodão", de Bernard-Marie Kolt s (enc. Nuno M. Cardoso, Teatro Só).
Nos seus últimos trabalhos contam-se, como actor, a participação em "Gretchen" (2003), a partir de "Urfaust", de Goethe, encenaç o Nuno M. Cardoso, e as encenações de "Purificados" (2002), de Sarah Kane, "Valparaíso" (2002), de Don Delillo, e "Parasitas" (2003), de Marius von Mayenburg, que marcam o início da sua colaboração com o Ao Cabo Teatro.
Em 2004, encenou "O Despertar da Primavera", de Frank Wedekind, primeiro espectáculo de teatro concebido de raiz para o palco do TeCA, e "The Golden Vanity", ópera de Benjamin Britten (casa da Música).
Nos anos de 2005 a 2006, desenvolveu uma actividade regular como encenador no TNSJ, criando os espectáculos "Woyzeck" de Georg Büchner e "Plasticina" de Vassili Sigarev. O seu último projecto foi a participação como actor no espectáculo "Otelo", de William Shakespeare, encenado por Nuno M. Cardoso, fruto de uma co-produção TNSJ/C o Danado.
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